Bolsonaristas fazem uso oportunista de tiroteio em Paraisópolis, diz Haddad
O ex-prefeito Fernando Haddad (PT), candidato ao governo de São Paulo, disse hoje que bolsonaristas fazem uso "oportunista" do tiroteio que interrompeu evento de campanha do ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), em Paraisópolis, zona sul da capital paulista. Haddad e Tarcísio disputam vaga ao Palácio dos Bandeirantes, sede oficial do governo do estado, no segundo turno.
"Eu vejo com muita preocupação [esse episódio]. Eu mesmo, às 13h, eu liguei para o Tarcísio, que me retornou seis horas depois. E ele me relatou descartar qualquer vinculação política. Então, eu acho que o bolsonaristas estão fazendo uso oportunista, o fato de já levar para a TV, de mudar [o perfil] na Wikipedia, já tornar o Tarcísio uma vítima de ataque político. Eu acho que revela uma pressa que já causa apreensão", disse Haddad durante o programa "Roda Viva", da TV Cultura.
Esse tipo de coisa coloca em risco a vida do Tarcísio e a minha. Porque quando você estimula esse tipo de compreensão do debate, você faz com que algumas pessoas... eu não ando com segurança armada, nem com segurança à paisana. Então, isso coloca em risco a vida dos candidatos, a partir do momento que você faz um alarde dessa natureza, de forma oportunista, para ganhar algum dividendo eleitoral. Fernando Haddad sobre tiroteio em comunidade
Tarcísio chegou por volta de 10h30 para a inauguração de um polo universitário na comunidade de Paraisópolis. Cerca de uma hora depois, uma série de tiros foi disparada do lado de fora do prédio. Segundo a reportagem do UOL, que esteva no local, houve pelo menos 25 disparos.
No momento em que começou o tiroteio, Tarcísio estava no terceiro andar, reunido com integrantes do projeto. Um andar abaixo, a imprensa o aguardava para uma entrevista coletiva.
Com o início dos disparos, o policial federal Danilo Campetti (Republicanos), que concorreu a uma vaga na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) e acompanhava Tarcísio, desceu do prédio com a arma em punho. Segundo a polícia, houve confronto armado com a segurança da campanha e também com policiais militares.
Dois são identificados
Dois homens foram identificados como suspeitos de participar do tiroteio, segundo apurou o colunista do UOL Josmar Jozino.
Ao todo, segundo a polícia, oito suspeitos participaram do tiroteio. Até o momento a polícia identificou Felipe Silva de Lima, 27, como o suspeito morto na troca de tiros —ele tem duas passagens na polícia por roubo—, e Rafael de Almeida Araujo, que estava na garupa da moto de Lima.
Lima chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Campo Limpo, mas não resistiu e morreu. Araujo está foragido.
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