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Stycer: Direito de réplica dos jornalistas e checagem fazem falta ao debate

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/10/2022 13h37

O colunista do UOL Maurício Stycer participou do programa de Análise de Debate do UOL hoje e afirmou que, em sua visão, dois pontos principais acabaram prejudicando o andamento do debate promovido pelo UOL, em parceria com Band, Folha de S.Paulo e TV Cultura ontem (16). Para Stycer, os pontos foram a falta de direito de réplica dos jornalistas e também a falta de uma checagem de fatos em tempo real.

"Vejo dois problemas nesse tipo de debate. Um é a regra que proíbe jornalistas de fazerem réplicas aos seus entrevistados. Isso é comumente uma exigência das campanhas e as emissoras, no desejo de viabilizar os debates, aceitam. Acho que as organizações jornalísticas deveriam bater o pé e não aceitar mais essa regra. É muito ruim um jornalista fazer uma pergunta que é uma provocação importante, e o candidato simplesmente ignorar e não tratar do assunto, vai falar de outro assunto", começou.

"A segunda coisa que é algo que precisamos evoluir é a ideia de checagem de fatos em debates. Acho que as organizações precisam se preparar melhor para ter, em tempo real ou ao final de cada bloco, uma checagem rápida de mentiras que foram ditas", disse.

Stycer ainda afirmou que a checagem é algo imprescindível para o bom andamento das discussões e proposições. "A difusão de mentiras é um negócio enlouquecedor e muito ruim, fica o dito pelo não dito. São questões a serem tratadas para o futuro".

Oyama: QG avalia que decisão de Moraes surpreendentemente salvou Bolsonaro

"Houve gente na campanha que defendeu que o presidente Bolsonaro não fosse ao debate, mas disseram que Bolsonaro foi salvo pelo ministro Alexandre de Moraes. Essa foi a avaliação da campanha, porque aos 44 minutos do 2º tempo, poucas horas antes do debate, o ministro do Supremo decidiu divulgar uma sentença respondendo a um pedido de suspensão da propaganda do PT que mostrava esse vídeo que desagradou eleitores do Bolsonaro", disse a colunista do UOL Thaís Oyama.

Ela também destacou que houve, inclusive, comemoração por parte da campanha do atual presidente, uma vez que a expectativa para o debate era bastante negativa.

"Alexandre de Moraes, que é um notório adversário de Bolsonaro aos olhos do bolsonarismo, fez uma sentença dizendo que o vídeo trazia graves descontextualizações que afetariam negativamente a campanha. Isso trouxe uma estabilidade que foi muito importante. Eles dizem que Alexandre de Moraes salvou o debate para Bolsonaro", completou.

Vice do PT: Moro com Bolsonaro é espetáculo ridículo e expõe trama

"Moro no debate é um espetáculo ridículo, porque isso serve para mostrar que a trama montada por ele não foi para investigar corrupção, foi para construir o projeto de poder liderado pelo Bolsonaro. É uma coisa vergonhosa para o país isso. O juiz que comandou a operação Lava Jato vai ser assessor do Bolsonaro", disse o deputado federal e vice-presidente nacional do PT José Guimarães.

Ainda durante sua participação no programa, Guimarães afirmou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa elevar o tom e ser mais agressivo no próximo debate, atacando Bolsonaro em temas mais sensíveis como a corrupção, por exemplo.

"No próximo debate Lula precisa bater nele [Bolsonaro] com os quatro pés e as quatro mãos por conta do que esse governo representa do ponto de vista da corrupção. Na covid, nas rachadinhas da família e por aí vai. Acho que nesse ponto faltou uma ofensiva maior nossa da campanha no enfrentamento desse debate".

Assista a íntegra do programa de Análise do Debate: