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TSE proíbe Bolsonaro de usar vídeo que diz que Lula celebrou a covid

Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva durante debate antes do segundo turno das eleições - 16.out.2022 - Nelson Almeida/AFP
Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva durante debate antes do segundo turno das eleições Imagem: 16.out.2022 - Nelson Almeida/AFP

Do UOL, em São Paulo

17/10/2022 15h41Atualizada em 17/10/2022 15h41

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) proibiu que a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) use um vídeo que insinua que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou o surgimento da covid-19. A decisão é do ministro Alexandre de Moraes.

Em 2020, Lula disse que "ainda bem que a natureza" criou o "monstro chamado coronavírus". "Esse monstro está permitindo que os cegos enxerguem, que os cegos comecem a enxergar que apenas o Estado é capaz de dar solução a determinadas crises".

No dia seguinte, ele se desculpou pela frase. "Eu, na verdade, se tivesse falando 'infelizmente', em vez de 'ainda bem'... Tentei usar uma palavra para explicar, que no menosprezado SUS, é no auge da crise que a gente começa a descobrir a importância da instituição. Eu utilizei uma frase totalmente infeliz que não cabia", afirmou o ex-presidente.

No processo, a defesa do candidato petista argumentou que a fala estava descontextualizada. "A peça publicitária traz a ideia de que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva teria desprezo pela vida humana ao descontextualizar uma de suas falas sobre a criação do Coronavírus, passando a ideia de que ele estaria 'agradecendo' a criação da pandemia".

Moraes concordou com o argumento. "A divulgação de fato sabidamente inverídico, com grave descontextualização, parece ser suficiente a configurar propaganda eleitoral negativa".

Além disso, o magistrado diz que a propaganda dá a entender que Lula "despreza a vida humana". "A propaganda se descola da realidade, por meio de inverdades, fazendo uso de falas gravemente descontextualizadas do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, com o intuito de induzir o eleitorado à crença de que o candidato despreza a vida humana".