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Amoêdo diz que declaração de voto em Lula não é apoio: 'Não vou me engajar'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/10/2022 14h08

O ex-presidenciável e fundador do partido Novo, João Amoêdo, participou do UOL News de hoje e negou que esteja apoiando a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Amoêdo afirmou que não irá se engajar na campanha e também afirmou que sua declaração de voto é uma espécie de "contenção de danos".

"Seria incoerente da minha parte e iria contra o que eu acredito me engajar na campanha do Lula porque não são as ideias que eu defendo. Tão logo ele seja eleito estarei lá, caso ele venha a insistir em ideias e metodologias erradas, estarei no dia seguinte fazendo oposição", afirmou.

Amoêdo também fez questão de destacar, durante a entrevista, que continuará fazendo oposição, independentemente do resultado das eleições. "Eu não estou declarando apoio, estou declarando voto. Sou oposição e continuo oposição ao PT, continuo oposição ao Lula. O voto para mim é uma contenção de danos, então acho que é coerente eu fazer esse voto".

Por fim, o ex-presidenciável também falou que tenta desencorajar pessoas que pretendem votar nulo. "Não pretendo fazer nada além do que tenho feito, que é declarar o voto e explicado o porquê. E claro, isso sim, tenho incentivado as pessoas a saírem do voto nulo", finalizou.

Moro exercer papel de quase assessor de campanha para Bolsonaro é incoerente, diz Amoêdo

"Na minha avaliação [apoio de Moro a Bolsonaro] é muito incoerente. Obviamente estaria no direito dele de ir votar no Bolsonaro e até declarar o voto, exatamente como estou fazendo, mas ele tendo participado do julgamento do Lula já deveria ter se mantido em uma posição muito mais isenta. Isso não aconteceu quando ele foi para o governo", avaliou João Amoêdo sobre o apoio do ex-juiz Sergio Moro a Bolsonaro.

Amoêdo ainda relembrou críticas que Moro fez a Bolsonaro quando deixou o cargo de ministro da Justiça, citando aparelhamento das instituições e até mesmo os casos de rachadinha envolvendo a família do presidente.

"Um apoio agora explícito, virando quase um assessor de debate e fazendo campanha, me parece que é muito incoerente".

Amoêdo: 'Não tenho medo de ser expulso do Novo'

"Não tenho medo [de ser expulso do Novo] até porque não descumpri nada do estatuto. Me estranhou muito e achei lamentável a atitude do partido por vários motivos", disse Amoêdo.

Ele ainda afirmou que, além de ter o direito de declarar voto, como qualquer cidadão, o próprio estatuto do partido permite que o filiado tenha liberdade de decidir seu voto e, mais do que isso, citou uma diretriz partidária que determina que candidatos do Novo sejam oposição ao governo Bolsonaro.

"Se eles tivessem que estranhar alguma coisa não era minha declaração de voto, seria a declaração de apoio e até a campanha feita por mandatários e dirigentes do partido para Bolsonaro. Isso que fere a diretriz partidária".

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