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Carla: Uso de Moro no debate foi bem avaliado por campanha de Bolsonaro

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/10/2022 20h48Atualizada em 18/10/2022 21h30

Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) aprovaram a presença do ex-ministro Sergio Moro no debate promovido pelo UOL, segundo apuração da colunista Carla Araújo para o videocast O Radar das Eleições.

"Moro no debate foi uma espécie de elemento surpresa da campanha de Bolsonaro. A reaproximação deles já vinha acontecendo desde que o ex-juiz foi eleito senador, pois ele começou a se posicionar mais e chegou a conversar pelo menos duas vezes com Bolsonaro por telefone", disse Carla.

A participação de Moro na campanha de reeleição de Bolsonaro foi alinhada durante uma reunião, na sexta-feira (14), entre o ministro das Comunicações, Fabio Faria, e o ex-secretário Fabio Wajngarten, de acordo com as informações da jornalista.

"O principal objetivo de Moro no debate era surpreender a campanha do Lula mostrando que eles estão com o principal algoz dele. E que ele deu informações para que Bolsonaro pudesse tentar discutir questões relacionadas à Lava Jato", apontou.

"Moro embarcou hoje para a Espanha, onde ele participa de um congresso relacionado à corrupção, mas as conversas continuam. A avaliação foi que a participação de Moro no debate foi positiva e a expectativa é que ele grave vídeos para a campanha do presidente Jair Bolsonaro", afirmou Carla.

Oyama: Vídeo sobre venezuelanas racha campanha de Bolsonaro

A reação do presidente Jair Bolsonaro (PL) à repercussão de sua fala sobre adolescentes venezuelanas dividiu os integrantes da campanha de reeleição do mandatário. A apuração é da colunista do UOL Thaís Oyama.

Segundo a jornalista, parte do comitê achava que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de proibir o PT de usar o vídeo colocaria uma "pá de cal" sobre o assunto. "No entanto, os trackings da campanha, monitoramentos com pequenos grupos, estão mostrando que o assunto não esfriou", disse Oyama.

"Os trackings estavam estáveis na sexta-feira. Quando o vídeo estourou, no sábado, eles caíram e até hoje não voltaram ao normal", acrescentou. "Isso fez com que parte da campanha insistisse em fazer o vídeo em que o presidente pede desculpas."

Ao lado da primeira-dama Michelle, Bolsonaro gravou um vídeo em que se desculpa pelas palavras "tiradas de contexto" que foram "mal entendidas ou provocaram algum constrangimento às nossas irmãs venezuelanas."

Segundo Oyama, outra parte da campanha do presidente acha que ele não devia ter se colocado em cena para resolver a história. "Isso devia ter sido tratado pela primeira-dama e pela ex-ministra Damares", disse.

"Esse é mais um episódio em que o presidente tenta consertar um grande equívoco, na opinião de alguns analistas. Isso dentro de uma campanha errática em que pouca gente se entende, todo mundo troca farpas e ele desobedece os próprios conselheiros", concluiu.

Kennedy: Campanha de Lula sabe que diferença com Bolsonaro vai apertar na reta final

O colunista do UOL Kennedy Alencar analisou os dados mais recentes das pesquisas eleitorais, que indicam estabilidade para os dois candidatos.

Pesquisa Ipec divulgada ontem mostrou Lula (PT) à frente do segundo turno eleitoral, com 55% dos votos válidos. O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 45%. Votos válidos são calculados com exclusão de brancos, nulos e indecisos.

"A campanha de Lula sabe que diferença sobre Bolsonaro tende a apertar na reta final e a prioridade é manter o terreno conquistado até agora nas pesquisas, mantendo patamar de votos válidos entre 52% e 55%. Esse é o gol", disse Kennedy.

"Para isso, reforçaram a campanha no Nordeste, Minas e São Paulo. Também reforçaram as redes sociais, teve um encontro com comunicadores hoje. A ida hoje ao podcast Flow se enquadra nessa estratégia devido à repercussão dele nas redes e a proximidade com eleitores conservadores", completou.

"Outro exemplo da preocupação deles foi o vídeo que a Janja postou lembrando que, em 12 de setembro, o Bolsonaro já havia feito uma declaração sobre meninas venezuelanas nas quais ele diz que elas se prostituiriam", afirmou o jornalista.

O programa O Radar das Eleições vai ao ar às terças-feiras.

Quando: toda semana, às 10h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. Você também pode conferir nas plataformas de podcasts.

Veja a íntegra do programa: