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'Eu acho que o centrão vai vir para cá', diz Haddad sobre Tarcísio em SP

Fernando Haddad - Reprodução/TV Cultura
Fernando Haddad Imagem: Reprodução/TV Cultura

Do UOL, em São Paulo

18/10/2022 00h08

O ex-prefeito Fernando Haddad (PT), candidato à vaga no Palácio dos Bandeirantes, disse hoje que o "centrão" —bloco que inclui partidos políticos sem uma orientação ideológica específica— deve vir para São Paulo, caso o seu rival, o ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), ganhe as eleições para o governo do estado no segundo turno.

O Tarcísio não é orgânico do bolsonarismo. O que eu acho é que o centrão vai vir para cá. Eu acho que ele não terá força para compôr um governo. Esse povo vai vir para cá, né? O filho do Bolsonaro terá força, mas não vai ser ele, o Tarcísio. Ele não tem um projeto [para São Paulo]. Não tem como ter. Como é que, em seis meses, el consegue um plano para São Paulo? Não tem como Vai ser uma coisa artificial, um enxerto. Não será uma coisa orgânica. Haddad durante entrevista ao "Roda Viva", da TV Cultura

Na política do Brasil, o termo "centrão" refere-se a siglas com pouca ou nenhuma posição ideológica e possuem objetivo claro de assegurar uma proximidade ao poder executivo. Esse grupo político também tem reforçado a interferência na formulação de leis que afetam segmentos como combustíveis.

Historicamente, o centrão reúne um grupo de partidos muito ativo na negociação para ocupar cargos no governo. Neste momento, o centrão tem na Câmara cerca de 180 deputados, considerando os três principais partidos, PL, Republicanos e PP, que atuam como base de apoio do governo Jair Bolsonaro (PL).

Tarcísio de Freitas —concorrente de Haddad ao Palácio dos Bandeirantes— é filiado ao Republicanos. Ele foi diretor-executivo e diretor-geral do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), além de ter atuado como secretário da Coordenação da Secretaria Especial do Programa de Parceria de Investimentos, durante os governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). Posteriormente, ele foi alçado ao posto de ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro, cargo que ocupou até o começo do ano, quando deixou para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes.

No primeiro turno, Tarcísio registrou 42,32% dos votos para o governo de São Paulo (ou 9.881.995 votos). Já Haddad somou 35,70% (ou 8.337.139).