Única ação eleitoral contra Valadão no TSE não está sob decisão de Moraes
O único processo eleitoral contra o pastor e cantor André Valadão, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), está sob relatoria da juíza auxiliar, a ministra Maria Claudia Bucchianeri, e não do ministro Alexandre de Moraes. A informação foi confirmada pela assessoria da Corte em contato com o UOL.
Na quarta-feira (19), Valadão havia publicado um vídeo nas redes sociais em que aparece lendo um texto em que se retrata de supostas acusações feitas ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), rival de Jair Bolsonaro (PL), apoiado pelo religioso. Na gravação, Valadão diz que a retratação teria sido determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE.
Hoje, o pastor reproduziu em seus perfis o documento da representação movida contra ele pela coligação Brasil da Esperança, formada por partidos que compõem o palanque de Lula. (Veja nota de Valadão abaixo)
Ao UOL, o TSE explicou que o processo contra André Valadão está em tramitação e ainda pendente de decisão. Trata-se de uma ação movida pela coligação de Lula com pedido de direito de resposta. O processo, no entanto, está com a ministra Maria Claudia Bucchianeri —e não com Alexandre de Moraes.
O sistema do tribunal mostra ainda que a parte (neste caso, Valadão) foi intimada no dia 6 de outubro, para ter ciência do processo e para apresentar a defesa no prazo de um dia. Na ação, o último andamento foi no dia 19 de outubro com envio dos autos para que o MPE (Ministério Público Eleitoral) se manifeste também em um dia.
O texto com a simulação de retratação lida por Valadão diz que ele recebeu há alguns dias uma "intimação do TSE através do senhor Alexandre de Moraes". Usando uma camisa preta, ele começa dizendo que Lula não é a favor do aborto, nem da descriminalização das drogas, ou de liberar pequenos furtos.
Na frase seguinte, porém, volta a acusar o petista ao dizer: "Os trombadinhas entrarão na sua casa, roubarão sua TV, roubarão seu celular. Você correrá risco de vida e nada acontecerá com eles".
Nesta quinta, após críticas, Valadão disse que "a fim de que o pedido perdesse o objeto, para que não houvesse invasão ao meu perfil, sob o manto de um pseudo direito de resposta, gravei o vídeo em sentido contrário ao inicialmente feito."
O UOL também procurou a defesa de Lula, que optou por não se manifestar sobre o assunto.
"Gravei o vídeo em sentido contrário ao inicialmente feito"
Recebi citação do TSE para que me manifestasse, no prazo de 1 (um) dia, sobre representação da Coligação do Lula, em que eles pediam que houvesse direito de resposta a um vídeo em que falei sobre a relação entre Lula e temas como aborto, descriminalização das drogas, furtos, regulação da mídia e liberdade de expressão. Desejavam que, pelo mesmo veículo (meu perfil no Instagram), eu desdissesse o que havia gravado.
A fim de que o pedido perdesse o objeto, para que não houvesse invasão ao meu perfil, sob o manto de um pseudo direito de resposta, gravei o vídeo em sentido contrário ao inicialmente feito.
Encaminhei o caso aos meus advogados.
Deus abençoe o Brasil.
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