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Empresária de SC que ofendeu nordestinos é multada e pede desculpas; veja

Do UOL, em São Paulo

21/10/2022 12h53Atualizada em 21/10/2022 13h30

Uma empresária de Itapema, em Santa Catarina, que pediu para empresas locais não contratarem nordestinos teve de gravar um vídeo de pedido de desculpas após acordo firmado com o MPT (Ministério Público do Trabalho). Jacira Paula Revers Chiamentl também foi obrigada a pagar R$ 25 mil de indenização.

No acordo com o MPT, Jacira aceitou gravar um vídeo com pedido de desculpas direcionado aos eleitores e publicar em suas redes sociais, por ter orientado seus clientes a não admitir pessoas do Nordeste que fossem simpatizantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Hoje eu vim a público para me retratar e pedir desculpas a toda a sociedade brasileira, especialmente aos nordestinos, ou a quem possa ter se sentido atingido com a minha declaração, por ter me expressado de forma tão equivocada no vídeo que publiquei no dia das eleições", disse ela no vídeo.

Após a publicação do pedido de desculpas, a reportagem do UOL não localizou mais o perfil da empresária nas redes sociais.

Em vídeo que viralizou nas redes sociais após o resultado do primeiro turno presidencial, ela fala que os nordestinos passam fome e que procuram a região Sul para pedir emprego. "O que mais tem é carteira que a gente assina nas empresas desses desgraçados desses nordestinos que lá passam fome e vêm aqui vender rede na praia, pedir emprego de servente de pedreiro e ficar dormindo na frente dos nossos estabelecimentos. Se eles escolheram o Lula, eles que fiquem no estado deles."

No vídeo de retratação, a empresária também teve de falar que "nenhum empregador, seja ele de qualquer setor que for, tem o direito de interferir no voto de seus empregados".

Também não é admissível que um escritório contábil, como eu sou, oriente, influa ou constranja qualquer empregado ou trabalhador a votar ou não votar em determinado candidato. É inadmissível e constitui crime que sejam discriminados trabalhadores de qualquer região do Brasil.

A empresária será multada em R$ 40 mil se ameaçar, constranger ou orientar pessoas que buscam ou já possuem trabalho com sua empresa a votar ou não em candidatos nas próximas eleições, e até mesmo demitir ou contratar alguma pessoa com base na orientação política.

A indenização de R$ 25 mil a ser paga por ela será destinada para custear uma campanha de conscientização política direcionada aos empregadores, por meio das principais emissoras de rádio da região de Itapema. São R$ 16 mil para a inserção de três clipes diferentes produzidos pela PGT (Procuradora-Geral do Trabalho), divididos em 120 espaços de um minuto cada, de 24 a 28 de outubro. O restante será direcionado para um projeto social de Florianópolis.

O UOL tentou contato com a empresa por telefone, mas sem resposta. Em caso de manifestação, o texto será atualizado.