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Na TV, Bolsonaro foca em 5G e Auxílio Brasil, e ignora Roberto Jefferson

Foto de 2020 mostra Roberto Jefferson (PTB) com o presidente Jair Bolsonaro (PL) - Reprodução/Facebook
Foto de 2020 mostra Roberto Jefferson (PTB) com o presidente Jair Bolsonaro (PL) Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

24/10/2022 14h35

Um dia após o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) disparar 20 vezes com um fuzil e atirar duas granadas contra policiais federais, a propaganda eleitoral de televisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) ignorou as atitudes do aliado no horário eleitoral.

O programa, veiculado às 13 horas pela campanha do presidente, tratou de Auxílio Brasil ampliado, inclusão digital, isenção de Imposto de Renda e na apresentação de um programa de saúde.

Inclusão digital abre o programa. O começo da peça da coligação de Bolsonaro tratou de inclusão digital. O candidato à reeleição mostrou aplicativos do governo e argumentou que eles diminuem a burocracia. O assunto serviu de gancho para abordar a implementação da rede 5G.

A propaganda repetiu a promessa de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 6 mil e voltou a falar de inclusão digital.

A locução anunciou ainda a proposta do "Zap da Saúde" —para marcar consultas pelo aplicativo— e prometeu acabar com filas e facilitar o recebimento de remédios na Farmácia Popular —programa que sofreu corte de 59% no orçamento para o ano que vem.

Jefferson não foi citado. Conforme o programa eleitoral avançou, o assunto mais comentado do Brasil não surgiu. Ontem, policiais federais foram à casa de Roberto Jefferson cumprir um mandado de prisão e foram recebidos a tiros. O ex-deputado federal afirmou que não ia se entregar e chegou a ferir dois agentes.

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece durante seu programa no horário eleitoral
Imagem: Reprodução/YouTube

Diante da reação do antigo aliado, Bolsonaro contatou o ministro da Justiça, Anderson Torres, e ordenou que fosse ao encontro de Jefferson. Ele não chegou a viajar para Comendador Levy Gasparian, cidade onde o ex-deputado federal morava, mas sua convocação indicou um envolvimento institucional do governo federal.

O presidente publicou um tuíte dúbio ao longo da tarde e só se manifestou de forma direta no começo da noite. Bolsonaro classificou o antigo aliado como "bandido". Tentando se afastar do caso, disse que Jefferson registrou uma queixa-crime contra ele em setembro na Justiça Militar. Mas este movimento de tentativa de afastamento do caso não se refletiu na propaganda eleitoral.

Lula produz inserções de TV. A propaganda de rádio e televisão de Lula também deixou o caso Roberto Jefferson de lado. Mas a equipe do candidato produziu uma inserção de 30 segundos ligando o presidente ao episódio e que é veiculada durante as propagandas das emissoras.