Acusação de Fabio Faria ecoa nas redes bolsonaristas, mas é criticada
Em pronunciamento convocado na noite de ontem (24), em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, o ministro das Comunicações, Fabio Faria, afirmou que a campanha do ex-presidente Lula (PT) foi beneficiada com 154.085 inserções de rádio a mais do que a coligação do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em tom alarmista, o ministro chamou o caso de "grave violação do sistema eleitoral". Apesar de ainda não ter apresentado provas, o que terá que ser feito em um prazo de 24 horas determinado pelo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, os perfis bolsonaristas nas redes sociais usaram a acusação feita por Faria para pedir a cassação da candidatura de Lula.
O próprio ministro das Comunicações já havia usado sua conta no Twitter ontem tanto para convocar a coletiva de imprensa como para ecoar sua acusação.
Rapidamente, outros perfis bolsonaristas correram para tentar fazer a denúncia de Fabio Faria viralizar nas redes sociais.
Apesar do esforço bolsonarista, a declaração de Fabio Faria, ao lado de Fabio Wajngarten, coordenador da campanha de Bolsonaro, foi encarada como desespero pela equipe petista e, até mesmo, por analistas políticos, como Joel Pinheiro e o colunista do UOL Reinaldo Azevedo.
No Twitter, a jornalista Juliana dal Piva, também colunista do UOL, afirmou que a campanha de Bolsonaro não apresentou provas de que as inserções de rádio não foram veiculadas.
O deputado federal André Janones (Avante-MG), uma das principais vozes lulistas nas redes sociais, subiu o tom e e xingou Faria de "gigolô da Jequiti", em referência ao fato de o ministro ser casado com Patrícia Abravanel, uma das filhas de Silvio Santos.
Mais espirituoso foi o perfil @Belzebu__666, no Twitter, que disse que, com a decisão de Alexandre de Moraes, Faria já arranjou emprego como consultor da Jequiti.
Bope. Outro episódio que fez sucesso nas redes bolsonaristas hoje (25) foi uma entrevista concedida por Felipe Sommer, major do Bope, ao podcast do lutador de MMA Fabricio Werdum.
Também sem apresentar provas, o policial afirmou que CPX, sigla estampada no boné usado por Lula durante comício no Complexo do Alemão, no Rio, significa "cupinxa [sic] do crime" e não complexo.
A "teoria" já havia sido apresentada por bolsonaristas logo após a visita de Lula à comunidade carioca e foi rapidamente desmentida por agências de checagem, inclusive com a anuência do TSE que determinou a remoção de posts que relacionavam o ex-presidente ao crime organizado.
As postagens sobre a entrevista do major do Bope foram feitas por perfis que apoiam Bolsonaro, mas não por políticos ou contas oficiais ou da coordenação de campanha.
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