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Malafaia reage a vídeo antigo com Lula: 'Igreja não apoia candidaturas'

Lula, então candidato à Presidência em 2002, ao lado do pastor Silas Malafaia, que declarou apoio ao petista na época; vídeo foi resgatado e publicado em redes sociais - Reprodução/Twitter
Lula, então candidato à Presidência em 2002, ao lado do pastor Silas Malafaia, que declarou apoio ao petista na época; vídeo foi resgatado e publicado em redes sociais Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

26/10/2022 14h30

Um vídeo antigo em que o pastor Silas Malafaia aparece apoiando a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2002 voltou a circular na internet — o que chamou a atenção do próprio pastor.

As imagens são da época em que o agora ex-presidente concorria nas eleições que lhe renderiam seu primeiro mandato. Mais de vinte anos depois, os internautas contrastam as declarações do pastor com o endosso de Malafaia a Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição.

No vídeo, datado de 17 de outubro de 2002, Malafaia afirma que "a Igreja evangélica, na hora [...] em que faz uma opção como igreja por uma candidatura, ela deixa de ser igreja".

"Ninguém tem autoridade para falar em nome da igreja. Eles falam, no máximo, em seus próprios nomes, porque a igreja está acima disso tudo", diz Malafaia ao lado de Lula. "Quem apoia somos nós, cidadãos dessa pátria, com direito a votar e exercer influência".

Pastor chama críticos de "burros". Sem citar diretamente o vídeo, o pastor reagiu à repercussão do apoio passado dizendo que "quem apoia somos nós, povo evangélico".

"Desafio alguém provar o dia que disse que a igreja, corpo de Cristo, apoia alguém", complementou.

Silas Malafaia é um dos apoiadores de dentro do segmento evangélico mais presentes na campanha de Bolsonaro à reeleição — tanto virtualmente quanto nos palanques promovidos pelo presidente ao redor do país.

Em alguns tuítes recentes, o pastor associa o voto cristão ao apoio a Bolsonaro: "Você é cristão em tudo, menos na hora de votar? Não posso aceitar isso", escreveu em uma publicação de ontem, 25 de outubro.

"Não podemos pactuar com aqueles que são contra nossos princípios e valores", diz outra postagem de Malafaia, que possui os dizeres "Bolsonaro 2022" abaixo.

No dia do primeiro turno, o discurso de que a igreja não tinha candidaturas foi repetido pelo pastor no púlpito da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, na Penha, zona norte do Rio, onde Malafaia comentou da apuração dos votos com os fiéis.

"Igreja não vota, igreja não precisa de governante, igreja é Deus, é o Espírito Santo. Igreja não depende de governante, tem a ver comigo e com você. Eleição é cidadania. As portas do inferno não prevalecerão, nada impede o avanço da igreja", disse Malafaia durante o culto.

Lula faz acenos pelo voto evangélico. Com as pesquisas eleitorais indicando preferência do voto evangélico por Bolsonaro, o candidato petista fez uma série de acenos ao longo da campanha para conseguir uma parcela do voto desses fiéis.

Reiterações de que Lula não apoia o aborto ou "banheiros unissex", bem como a publicação de uma carta em que o petista declarava defesa da família e da liberdade religiosa no país, foram algumas das estratégias adotadas pela campanha petista para combater a disseminação de notícias falsas no segmento — como a de que fecharia igrejas, caso eleito.