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Haddad provoca Tarcísio em debate: 'Você vai votar no Lula no domingo?'

Do UOL, em São Paulo

27/10/2022 22h48Atualizada em 28/10/2022 01h16

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, ironizou o adversário, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao perguntar se o aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) irá votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno. Nesta quinta (27), eles se enfrentaram na TV Globo no último debate antes da eleição de domingo (30).

A provocação aconteceu no segundo bloco, em que os candidatos puderam escolher temas sobre os quais os adversários deveriam comentar. Ao ser questionado por Tarcísio sobre propostas para habitação, o petista acrescentou que a "única maneira" de retomar programas na área seria elegendo Lula.

"Tarcísio, você falar de habitação, é uma covardia porque vocês acabaram com o [programa de habitação federal] 'Minha Casa, Minha Vida'. Como é que você vai fazer uma habitação sem 'Minha Casa, Minha Vida'? Você vai votar no Lula no domingo?", ironizou Haddad.

O petista também criticou o ex-ministro de Bolsonaro pelo fato de o governo federal ter acabado com o "Minha Casa, Minha Vida" para criar o programa "Casa Verde Amarela". "Vocês acabaram com o maior habitacional da história do Brasil. Você não tem um pouco de constrangimento de falar disso?"

Rebatida. Tarcísio rebateu Haddad mencionando o "Casa Verde e Amarela" e voltou a exaltar o trabalho da gestão Bolsonaro. O ex-ministro não fez menções ao corte de verbas de 95% no programa, o que vai congelar as obras de ao menos 140 mil moradias.

"A gente criou o Casa Verde e Amarela e promoveu a construção de muitas habitações num período crítico para nossa história. Um período de crise. Um período de pandemia (...) No meu governo, nós vamos trabalhar em várias frentes. Vamos trabalhar com a iniciativa privada em parcerias públicos privadas, teremos parcerias. Nós podemos fazer muito mais", afirmou.

Lula lá. Ao fazer a provação, o petista fez a primeira menção a Lula no debate, já no segundo bloco, embora desde o início ele tenha sido nacionalizado. Tarcísio, por outro lado, mencionou Bolsonaro diversas vezes —incluindo sua primeira declaração no debate.

Nacionalização. Assim como em todos os encontros entre os dois, Tarcísio e Haddad trouxeram a disputa nacional entre seus padrinhos políticos para o debate estadual. Desta vez, quem deu o pontapé inicial foi Tarcísio, que optou por não responder uma pergunta de Haddad sobre vacinação e frequência escolar, ainda no primeiro bloco, para sair em defesa de Bolsonaro.

Forasteiro. Na sequência, Haddad voltou a alfinetar o adversário por ter nascido no Rio de Janeiro. O petista repetiu que Tarcísio "não conhece" o estado de São Paulo e aproveitou para associá-lo ao orçamento secreto no Congresso Nacional.

"Você fala dessa quantidade de moradias [feitas pelo Governo Federal]. Está no Orçamento do ano que vem que vocês mandaram para o Congresso? Cadê a rubrica? Não tem para o salário mínimo, não tem para o Minha Casa Minha Vida, não tem para o Farmácia Popular. Não tem para nada. Vocês não deixaram dinheiro para nada. Só na mão do relator do orçamento secreto. É disso que vocês entendem, orçamento secreto, para onde vai o dinheiro ninguém sabe, mas para remédio, para casa e para merenda não vai."

Cola. O petista também acusou a campanha de Tarcísio de querer "colar nas propostas" dele.

"As pessoas estão passando necessidade! Nós temos que falar seriamente com elas. Por isso que eu quero aumentar o orçamento familiar e eu fui único que fiz a proposta de reajustar o salário mínimo paulista. Agora você está chegando aí, faltando 40 horas: 'Não, eu também vou aumentar o salário mínimo, vou baixar o ICMS da carne'. Você não falou uma única vez nesses dois assuntos ao longo de 90 dias de campanha! E agora quer colar nas minhas propostas para parecer que conhece São Paulo! Você não conhece São Paulo."