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Eduardo Leite comemora vitória no RS: 'Esta terra quer a paz'

Lívia Venaglia e Abinoan Santiago

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, em Florianópolis

30/10/2022 19h59Atualizada em 31/10/2022 00h07

Eduardo Leite (PSDB) foi reeleito governador do Rio Grande do Sul neste domingo. Ao lado do vice-governador eleito, Gabriel Souza (MDB), Leite afirmou que o estado escolheu "a paz" no segundo turno e agradeceu os apoios do segundo turno, incluindo o "voto crítico do PT".

"Eu quero começar agradecendo à imensa generosidade do povo do Rio Grande do Sul, que mostrou que esta terra quer a paz", disse Leite. "O Rio Grande falou mais alto nessa eleição", disse o candidato do PSDB, que não apoiou nenhum candidato no segundo turno dessas eleições.

Na coletiva, Leite foi questionado se declararia voto para presidente da República, mesmo com a confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas negou. "A audiência que eu tiver com o presidente da República será pelos votos que eu tive como governador, não pelo meu voto pessoal como cidadão", disse.

Ele admitiu que precisará dialogar com os opositores que o apoiaram contra Onyx Lorenzoni (PL) e também com os correligionários do ex-ministro de Jair Bolsonaro. Eduardo Leite afirmou ter recebido uma ligação de Onyx, dando parabéns pela vitória.

Eleitor superou divergências, diz Leite. O governador reeleito considerou que a disputa "se revelou atípica" porque o resultado das urnas no primeiro turno estava teve influência "pela pressão da eleição nacional", mas avalia que a vitória se deu após a comparação entre propostas em histórico entre os candidatos.

O tucano ainda analisou que, mesmo sem declarar apoio a Bolsonaro ou a Lula no segundo turno presidencial, o eleitor gaúcho "superou divergências".

No segundo, comparando projetos e currículos, o Rio Grande disse o que quer. Quero dizer que tenho a consciência de que as razões dos votos dos eleitores são diversas. Quero agradecer a todos aqueles observaram o que fizemos e votaram em nós pelo que representamos e pelo o que já fizemos. Quero agradecer aqueles que votaram concordando em maior parte da agenda, sabendo apartar as pequenas divergências, e tenho a consciência de que muitos votaram em nós tendo divergências."
Eduardo Leite, governador reeleito do Rio Grande do Sul pelo PSDB

Com 99,98% das urnas apuradas, Eduardo Leite tinha 3.686.431, o equivalente a 57,12% dos votos válidos. Onyx Lorenzoni tinha 2.757.607, o equivalente a 42,88% dos votos válidos.

Onyx diz que fez campanha limpa, mas chamou Leite de mentiroso

Derrotado, o ex-ministro Onyx Lorenzoni afirmou que ligou para Leite para cumprimentá-lo sobre a vitória. "Desejei a ele que consiga responder às expectativas do povo gaúcho. Na democracia, a decisão do povo é soberana."

Mesmo com sucessivas trocas de farpas com Eduardo Leite ao longo do segundo turno, Onyx diz que fez "uma campanha limpa e sem ataques". Os dois candidatos, contudo, trocaram acusações. O ex-ministro chamou o adversário de mentiroso no debate da Band-RS e dias depois fez uma fala homofóbica contra o tucano, sabendo que Leite já havia se declarado homossexual.

Em uma propaganda de rádio, o candidato bolsonarista disse que, se eleito, os gaúchos teriam "um governador e uma primeira-dama de verdade". A afirmação rendeu críticas de vários políticos e personalidades.

União da esquerda decidiu eleição, afirma Onyx. O ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro credita a derrota no 2º turno à "união da esquerda" gaúcha contra ele. O PT, que terminou com o seu candidato, Edegar Pretto, em terceiro lugar, declarou "voto crítico" a Leite.

"Fizemos uma campanha limpa e sem ataque, propositiva e voltada para o presente e o futuro do Rio Grande. No 1º turno, obtivemos o reconhecimento da população. E no 2º turno é outra eleição. Houve uma reacomodação de forças, a união das esquerdas do Rio Grande do Sul, e essa união acabou definindo a eleição para o governo", disse.