Topo

Após derrota, quem são os aliados de Bolsonaro que ficaram sem cargo

Sergio Camargo, Gilson Machado e Onyx Lorenzoni ocuparam cargos no governo Bolsonaro - Pedro Ladeira/Folhapress e Isac Nóbrega/PR
Sergio Camargo, Gilson Machado e Onyx Lorenzoni ocuparam cargos no governo Bolsonaro Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress e Isac Nóbrega/PR

Renata Rodrigues

Colaboração para o UOL

01/11/2022 09h58Atualizada em 03/11/2022 09h26

Alguns aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) que ocuparam posições de influência no núcleo do governo não conseguiram se eleger para nenhum cargo nessas eleições de 2022. E, agora, com a derrota de Bolsonaro, terão que achar novo emprego.

Um desses casos é o de Onyx Lorenzoni (PL), que perdeu a disputa pelo governo do Rio Grande do Sul para Eduardo Leite (PSDB) neste domingo (30), e termina seu mandato como deputado federal em fevereiro de 2023.

Considerado um aliado de primeira hora de Bolsonaro, Lorenzoni passou por quatro pastas no governo: Casa Civil, Secretaria-Geral da Presidência, Cidadania e Trabalho e Previdência Social, e causou polêmica em debates acalorados com Leite ao falar que não tomou a vacina contra a covid-19 e defender, assim como o presidente, a teoria da "imunidade de rebanho".

O ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Braga Netto (PL), que concorria como vice-presidente na chapa de Bolsonaro, também perdeu o pleito no último domingo, com a derrota para o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Braga Netto - Clauber Cleber Caetano/PR - Clauber Cleber Caetano/PR
26/05/2022 - Braga Netto em evento com Bolsonaro; ele era vice na chapa
Imagem: Clauber Cleber Caetano/PR

No primeiro turno, sete ex-ministros de Bolsonaro — entre eles, alguns que seguiam como aliados do presidente — já haviam saído derrotados das urnas.

Flávia Arruda (PL), ex-ministra da Secretaria de Governo, foi candidata a senadora pelo Distrito Federal e perdeu nas urnas para outra aliada de Bolsonaro, a ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves.

Gilson Machado (PL) ficou conhecido como o sanfoneiro de Bolsonaro por tocar o instrumento em uma live para homenagear vítimas da covid-19. Candidato a senador por Pernambuco e ex-ministro do Turismo, era apoiado pelo presidente, chegou a fazer motociatas com Bolsonaro, mas não conseguiu deslanchar.

Gilson Machado - Reprodução - Reprodução
O ministro Gilson Machado no programa Opinião no Ar, da RedeTV
Imagem: Reprodução

E o candidato de Bolsonaro ao governo da Bahia, o ex-ministro da Cidadania João Roma (PL) não chegou nem ao segundo turno. O governo da Bahia ficou com o petista Jerônimo Rodrigues, eleito neste domingo.

Outros nomes que fizeram parte do governo também tiveram derrotas. Ex-presidente da Fundação Palmares, o aliado bolsonarista Sergio Camargo perdeu em sua primeira investida para ocupar uma vaga na Câmara dos Deputados. No governo, ficou conhecido por ataques ao movimento negro.

Quem foi eleito

Dos 17 ex-ministros do governo Bolsonaro que disputaram as eleições deste ano, dez foram eleitos nos dois turnos do pleito:

Cinco ex-ministros de Bolsonaro foram eleitos senadores no último 2 de outubro. São eles:

  • Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos; Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações;
  • Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do Desenvolvimento Regional;
  • Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-ministro da Justiça e Segurança Pública;
  • Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
  • Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministro da Ciência

Quatro ex-ministros saíram vitoriosos nas urnas e se elegeram deputados federais. São eles:

  • Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde;
  • Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG), ex-ministro do Turismo;
  • Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro da Cidadania;
  • Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente

Outros dois concorriam neste domingo (30): o ex-titular da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo e Lorenzoni. Tarcísio conseguiu se eleger governador de São Paulo.