Tabata chama Marçal de bandido e diz que irá enfrentá-lo: 'Tem medo de mim'

A candidata Tabata Amaral (PSB) parlamentar chamou o candidato Pablo Marçal (PRTB) de "bandido" e disse que vai continuar mostrando "os esqueletos do armário", para defender a honra do pai.

O que aconteceu

Tabata afirmou que está há alguns meses sendo atacada por Marçal. Ela concedeu entrevista à CNN Brasil nesta sexta (23). Após ser questionada sobre o vídeo que publicou acusando Pablo Marçal de ter ligações com o PCC e de ser um "homem perigoso", Tabata relembrou momentos em que o adversário falou que ela não é competente por não ser casada e não ter filhos.

Para Tabata, Marçal tem medo dela. "Ele tem medo de mim, não aguenta olhar para a minha cara."

Tabata e Marçal já colecionam desafetos, desde a pré-campanha. Em julho, ele a responsabilizou pela morte de Olionaldo Francisco, pai da parlamentar, que se suicidou quando ela tinha 18 anos e estava terminando o ensino médio e de mudança para os Estados Unidos, quando foi estudar em Harvard.

A candidata diz que defendeu a honra. "Mentiu sobre o meu pai, falou sobre o suicídio, a nossa honra a gente defende e é minha obrigação responder, como é minha obrigação defender São Paulo desse sujeito. O que seria para São Paulo ter um criminoso como prefeito?

Desde então, a morte do pai de Tabata faz parte da campanha dos dois: ela lançou uma série e contou no primeiro episódio a história de vida de Olionaldo, Marçal segue acusando Tabata de abandonar o pai. "Eu respondo, mostrando às pessoas que ele é um sujeito complexo, que foi condenado por roubar aposentadoria de idoso, investigado por homicídio, ligado a gente que é ligado ao crime organizado e agora investigado por caixa dois", diz a candidata à Prefeitura de São Paulo.

"Não vou me dobrar para picareta de rede social". Durante a sabatina, Tabata Amaral reforçou que continuará enfrentando Marçal nos debates. "Eu não tenho medo de quem não responde às minhas perguntas e faz piada", diz ela.

Tabata reclamou da postura dos outros candidatos em relação a Marçal. "Os outros não têm coragem de mostrar isso. Eu queria que eles também tivessem essa coragem. Bandido a gente enfrenta e tem coragem, não faço coraçãozinho [referência a Guilherme Boulos]. Não vai ter coraçãozinho meu para bandido. Ele tem ficha grande, foi condenado, estamos sendo ameaçados por ele.

Apesar da troca de farpas com Marçal, Tabata ainda mira em Ricardo Nunes como principal opositor. "Porque tudo que vimos de ruim na educação e na saúde é resultado da má gestão dele", continua, "não consigo ficar parada diante disso."

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Bom relacionamento com Datena e Lula

"Falei com o Datena hoje", disse ela. Questionada sobre seu relacionamento com o PT e o PSDB, Tabata disse que continua tendo um bom relacionamento com José Luiz Datena, mas ficou chateada após a mudança no acordo firmado em abril, quando ele seria o seu vice.

Ela defende relacionamentos cordiais entre políticos, mesmo que adversários, e diz que não guarda mágoas. "Temos gente safada concorrendo, mas o Datena não é um deles. Não tem medo de se comprometer."

PSDB queria Tabata como cabeça de chapa. À CNN ela confirmou que foi convidada pelo PSDB para a disputa pela Prefeitura de São Paulo, mas negou. Já sobre as especulações de convites de Lula para assumir um ministério, disse que nunca existiram, mas que também rejeitaria, já que gosta de ser deputada e se identifica ideologicamente com o seu atual partido, o PSB.

Questionada sobre o relacionamento com o presidente Lula, ela disse que o respeita, mas não deve lealdade. "Lealdade a gente tem aos nossos princípios", respondeu a parlamentar. Ela falou que vai continuar concordando quando o presidente defender os projetos que ela apoia, mas se precisar, vai discordar.

Contra aborto e privatização da Sabesp

Tabata afirma que privatizações precisam ser analisadas caso a caso. Ela é contra a maneira como a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de S. Paulo) foi conduzida, mas ao analisar a privatização do Porto de Santos, poderia ser a favor.

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Ela falou que defende a privatização quando entende que irá beneficiar a população, é o caso do saneamento básico. "Metade da população não tem e precisa. Por isso defendo o Marco Legal do Saneamento básico, algumas terceirizações são ótimas, como a da linha amarela, mas no serviço funerário é péssimo, vou rever."

Já quando o assunto é aborto, ela é totalmente contra, mas assume a responsabilidade de defender a lei como está. "Sou contra o projeto, votei contra, mas também contra o aborto."

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