Boulos vai com Haddad a Heliópolis e critica rivais por ato bolsonarista
O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) criticou a ida de adversários no ato bolsonaristas de 7 de Setembro, na avenida Paulista. A declaração ocorreu durante ato de campanha do psolista na favela de Heliópolis, na zona sul, com o ministro Fernando Haddad (PT) e a deputada Luiza Erundina (PSOL).
O que aconteceu
"São Paulo não vai se beneficiar de guerra antidemocrática que essa turma quer fazer hoje lá na Paulista", disse Boulos. Sem citar Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), ele afirmou que enquanto estava na periferia, seus adversários estariam em ato para "ficar atacando a democracia".
Nunes subiu ao palco na Paulista; Marçal só chegou após discurso de Bolsonaro. Os candidatos que disputam o voto bolsonarista compareceram ao ato que pediu o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes, na tarde de hoje (7). O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, caso do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), defenderam a anistia aos presos dos atos antidemocráticos em 8 de janeiro.
Sem citar nominalmente Marçal, Haddad se referiu ao ex-coach como "estelionatário" e "bandido". O ex-prefeito criticou a gestão de Ricardo Nunes e disse que a prefeitura tem dinheiro em caixa para resolver os problemas da população. A vice de Boulos na chapa para a Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PT), não participou do ato.
Críticas vêm de uma estratégia de associar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tanto a Nunes, oficialmente apoiado por ele, como a Marçal. O objetivo da campanha é repetir a polarização do cenário eleitoral de 2022, entre a esquerda de Lula (PT) contra a direita conservadora. O ex-coach tem angariado votos do eleitorado bolsonarista.
Durante discurso, o candidato do PSOL prometeu regularização fundiária para as famílias que têm casa em Heliópolis. Ele também repetiu críticas ao vice de Nunes, o coronel Ricardo Mello Araújo, que disse que a PM deveria agir de forma diferente na periferia e nos Jardins.
Erundina levantou coro para Boulos durante a caminhada. A ex-prefeita afirmou que o candidato seria o próximo prefeito progressista da cidade. Ela também reforçou os feitos positivos de sua gestão, de Haddad e de Marta na cidade a imagem do psolista. A campanha tem explorado o legado das gestões petistas na capital — principalmente no eleitorado da periferia, em que o rival, Nunes, lidera nas intenções de voto, segundo o Datafolha.
Carro que levava Boulos, Haddad, Erundina e a esposa do psolista, Natalia Szermeta quebrou no meio do caminho. O grupo precisou subir em outro trio para conseguir encerrar a caminhada. O ato percorreu diferentes ruas da favela e puxou dezenas de apoiadores.
À imprensa, Boulos comentou a demissão do ministro Silvio Almeida após acusado de assédio sexual. "Não tem condições. A gente defende que todas as vítimas de assédio sejam respeitadas e acolhidas", afirmou. Ele disse não ter conhecimento dos fatos e citou a decisão de Lula em demitir Silvio. "Aqui em São Paulo vamos fazer o maior programa de combate à violência contra mulher da história dessa cidade. O atual prefeito ignora isso", apontou.
O que disseram
Viemos fazer uma caminhada hoje aqui em Heliópolis, enquanto tem adversário nosso que vai fazer manifestação antidemocrática na avenida Paulista para ficar atacando a democracia, as instituições e defendendo o golpismo. A gente está na periferia, na maior favela de São Paulo.
Guilherme Boulos (PSOL), candidato à prefeitura
Infelizmente, a atual administração não tem uma visão de futuro. E existe um outro cara aí, que é um estelionatário, que eu nem vou comentar, eu não falo de bandido para disputar a Prefeitura de São Paulo.
Fernando Haddad (PT), ministro e ex-prefeito
Venho aqui trazer o Boulos, o Boulos vai governar São Paulo junto com vocês, construir moradia popular, escola de qualidade, creche de boa qualidade. São Paulo merece.
Luiza Erundina (PSOL), deputada e ex-prefeita
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