'Não autorizei', diz Datena sobre uso eleitoral de cadeirada em propaganda
O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena, afirmou nesta segunda-feira (23) que não autorizou o uso eleitoral do caso da cadeirada contra o adversário Pablo Marçal (PRTB) em propaganda da sua campanha.
O que aconteceu
A campanha de Datena explorou o caso da cadeirada em propaganda no rádio dois dias após agressão. Na peça, veiculada em 17 de setembro, um locutor questiona o que o ouvinte faria se "alguém dissesse isso para você na frente de milhões de telespectadores e na frente da sua família". Na sequência, é reproduzida a declaração de Marçal dada antes da agressão.
"O Datena fez o que você pensou", dizia o comercial. "Dapena, a gente quer saber se você é um arregão. Você atravessou o debate outro dia para me dar um tapa e falou que você queria ter feito. Você não é homem nem para fazer isso", foi a declaração de Marçal reproduzida no comercial. A última frase do adversário é repetida duas vezes, antes de o locutor dizer ao final: "Pois é, o Datena fez o que você pensou".
Datena afirmou que não foi consultado e não autorizou a peça. Em entrevista ao SPTV nesta segunda, o candidato foi questionado se houve uso eleitoral da agressão contra Marçal. Em resposta, afirmou: "Se houve, foi da campanha. Não me consultaram, eu não autorizei".
Na realidade, eu disse que nem queria mais falar sobre esse assunto. É um assunto superado publicamente. Não quero fazer uso desse fato em campanha política. (...) Não é um ato de democracia, é um ato de defesa. Se foi utilizado pela campanha, foi mal utilizado porque eu, em momento algum, fui consultado e não autorizei absolutamente o uso eleitoral disso.
José Luiz Datena, durante sabatina do SPTV nesta segunda
O tucano reiterou que não se arrepende, mas também não se "orgulha" da cadeirada. Eu não me arrependo do gesto de defesa que eu fiz, depois de ataques mentirosos, canalhas sobre fatos que não aconteceram (...) e [depois de] ser chamado de estuprador diante do Brasil inteiro, eu não consegui resistir, foi uma atitude humana. (...) Não me arrependo absolutamente (...). Não pude me conter. Agora, se eu faria de novo?! Evidente que não faria de novo. (...) É uma coisa que não me orgulha de forma alguma", concluiu.
Relembre o caso
O debate acirrou-se quando Marçal fez provocações contra Datena. No evento de 15 de setembro, transmitido pela TV Cultura, Marçal acusou Datena de envolvimento em um suposto caso de assédio sexual e o insultou com provocações.
Datena reagiu com uma cadeirada, agredindo Marçal. Após ser chamado de "arregão", Datena perdeu o controle e atacou Marçal no palco com uma cadeira, o que resultou na suspensão temporária do debate.
Marçal foi levado ao hospital com lesões. Aparentemente debilitado, foi atendido em São Paulo após a agressão, enquanto Datena foi expulso, e o debate seguiu sem sua participação.
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