Marçal diz que tem apoio de igreja que está com Nunes, e Malafaia reage

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) usou as redes sociais para dizer que tem o apoio da Assembleia de Deus Ministério Belém, na zona leste de São Paulo. A igreja, entretanto, apoia a reeleição de Ricardo Nunes (MDB).

O que aconteceu

Marçal publicou vídeos e fotos com o pastor José Wellington Bezerra. "Obrigado pelos conselhos. Não vamos nos curvar para os comunistas e que a igreja continue forte e próspera", escreveu o candidato em seu perfil.

Ex-coach visitou igreja na noite de terça (24), dois dias após Nunes participar da 78ª Escola Bíblica de Obreiros no local. Os candidatos estão numa disputa acirrada pelo voto de evangélicos. Segundo o Datafolha divulgado no dia 19, o atual prefeito tem 32% das intenções de voto nesse estrato, e Marçal, 26% — eles estão empatados tecnicamente, já que a margem de erro é de seis pontos para mais ou para menos.

Ao UOL, o vice-presidente da igreja, o pastor José Wellington Costa Junior disse que Marçal chegou na oração final do culto. "O pastor presidente fez menção da presença do mesmo e, como de costume, oramos pela vida dele, mas em nenhum momento nossa igreja manifestou apoio [à sua candidatura]", disse em nota enviada à reportagem.

Membros da direção da Assembleia disseram ao UOL que ex-coach se aproximou do pastor-presidente e fez uma espécie de entrevista. A conversa gerou os vídeos publicados nas redes sociais de Marçal. A ida ao culto não estava prevista na agenda de campanha do candidato do PRTB.

Pablo Marçal (PRTB) ao lado do pastor José Wellington, da Assembleia de Deus Ministério Belém
Pablo Marçal (PRTB) ao lado do pastor José Wellington, da Assembleia de Deus Ministério Belém Imagem: Reprodução/Instagram

Nas publicações, Marçal classificou Wellington como "o homem mais poderoso". O pastor é presidente da convenção das Assembleias de Deus do estado paulista e presidente de honra da convenção geral das Assembleias — a maior denominação evangélica do país.

Wellington também é pai da vereadora Rute Costa (PL), que faz parte da base de Nunes na Câmara. Ela foi cotada para ser vice do emedebista neste ano, mas seu nome não avançou na negociação.

A igreja também apoiou a candidatura de Jair Bolsonaro (PL) em 2022. Dias depois do primeiro turno, o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) visitaram o templo, receberam oração e conversaram com os fiéis. O pastor Wellington disse, à época, que o segundo turno seria uma "batalha" — Lula (PT) acabou eleito.

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Ricardo Nunes (MDB) com pastor José Wellington, vereadora Rute Costa (PL) e pastor José Wellington Júnior
Ricardo Nunes (MDB) com pastor José Wellington, vereadora Rute Costa (PL) e pastor José Wellington Júnior Imagem: Divulgação

Malafaia crítica atitude de Marçal

Silas Malafaia, pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, disse que conversou com as lideranças da igreja e confirmou que eles não apoiam o ex-coach. "Ele monta uma farsa para induzir os evangélicos ao erro. Isso é uma vergonha", disse Malafaia em vídeo publicado nas redes.

O pastor afirmou que falou com o vice-presidente da Assembleia de Deus Ministério Belém, que disse apoiar à reeleição de Nunes. Malafaia tem criticado a candidatura de Marçal. O tom subiu depois do ato de 7 de Setembro, quando o ex-coach afirmou que foi barrado de subir no trio elétrico.

Em 2022, Malafaia e Marçal travaram uma briga pública, quando o ex-coach era pré-candidato à Presidência. À época, o pastor já havia chamado o empresário de "psicopata". O candidato do PRTB também fez xingamentos.

Os dois colocaram panos quentes na situação. Após os desentendimentos públicos, Marçal pediu desculpas ao pastor em vídeo divulgado há dois anos e disse que "nunca mais vou ser um problema na sua vida".

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