Marçal processa Datena por cadeirada e pede R$ 100 mil: 'Efeito devastador'

O candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) processou José Luiz Datena (PSDB) pela cadeirada que levou do apresentador no debate na TV Cultura no dia 15 de setembro.

O que aconteceu

O influenciador pede R$ 100 mil por danos morais. O coordenador jurídico de sua campanha, Paulo Hamilton Siqueira Junior, protocolou a ação na noite de quinta-feira (26) no Tribunal de Justiça de São Paulo.

O advogado diz que Marçal sofreu "efeitos devastadores" após a agressão. A petição diz que Datena premeditou a cadeirada. "Considerando a extensão dos danos causados, a capacidade econômica do requerido [Datena] e a necessidade de prevenir novas infrações dessa natureza, sugerimos o montante de R$ 100.000,00", diz a petição.

A defesa do influenciador também afirma que Marçal sofreu "constrangimento e humilhação pública". "A agressão foi amplamente divulgada em redes sociais, sites de notícias e canais de televisão, causando constrangimento e humilhação pública ao requerente [Marçal], que, além de sofrer danos físicos, viu sua imagem pública severamente afetada", descreve a peça.

O advogado também diz que o ex-coach sofreu uma "fratura no sexto arco costal e uma lesão no punho direito". Boletim médico do hospital Sírio-Libanês, para onde ele foi socorrido, informou que Marçal sofreu um "traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas".

Segundo o advogado, o comportamento de Datena foi incompatível com a "civilidade e respeito". "A conduta do requerido [Datena], caracterizada pelo uso da força bruta para calar um adversário político, denota claro abuso de poder, incompatível com o ambiente de civilidade e respeito que o debate eleitoral exige", continua a petição.

Assessor de Datena, Eduardo Leite disse ao UOL News que a ação será suspensa e que Datena também pedirá "milhões". "Nós vamos ingressar com uma ação também por danos morais contra o Marçal pedindo milhões pelas agressões à honra do Datena", disse o assessor, segundo quem o processo movido ontem por Marçal "é uma ação inócua até que a justiça criminal decida" sobre outras "queixas crimes protocolizadas" anteriormente tanto por Marçal quanto pelo jornalista.

Diante da gravidade da conduta do requerido [Datena] e dos efeitos devastadores que sua agressão gerou na esfera moral, física e psicológica do requerente, Pablo Henrique Costa Marçal, mostra-se não apenas justificável, mas necessário para cumprir as funções compensatória, punitiva e preventiva da indenização por danos morais.
Trecho de petição

Como foi agressão

Datena atingiu Marçal com uma cadeira em cena transmitida ao vivo no debate. O apresentador se descontrolou após provocações de Marçal, que, na ocasião, acusou o apresentador de assédio sexual e disse que ele não "era homem" para agredí-lo. O processo ao qual o candidato do PRTB se referiu foi arquivado pela Justiça.

Continua após a publicidade

Essa é a segunda ação de Marçal na Justiça por causa da cadeirada. Uma notícia-crime foi protocolada na semana passada na Justiça Eleitoral. Seus advogados pedem punição por injúria, mas não cobram a cassação do registro de candidatura de Datena.

O jornalista também processou o influenciador por "agressões à honra e acusações verbais" durante o debate. Eduardo Leite, que defende o apresentador, alegou que a cadeirada foi em legítima defesa.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.