Malafaia e Valdemiro criticam Marçal em cultos: 'Imagina com poder na mão'
Dois dos maiores líderes evangélicos do país fizeram críticas a Pablo Marçal (PRTB) na manhã do domingo de eleição.
Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, falou sobre voto e eleições 31 vezes durante seu culto e alfinetou Marçal em vários momentos.
Nós observamos aí algumas atitudes que não condizem com quem deseja dirigir uma cidade. Atitudes fraudulentas, nocivas. Normalmente a gente só dá aquilo que tem. Quem comete fraudes e falsificação é porque já tem aquilo no coração, na mente. Agora imagina tendo poder na mão?, questionou já no início da pregação.
"Homem público deveria dar exemplo de respeito ao próximo. Não fraudar nada para prejudicar a vida dos outros. Se eu conquistar qualquer coisa passando você para trás ou falsificando alguma coisa para te incriminar, não tem mérito algum", disse.
Valdemiro recebeu o atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) em seu culto há uma semana. O religioso também manifestou seu voto em Nunes em um vídeo nas redes sociais: "Deus tem que mantê-lo lá pelo carinho que ele tem com Seu povo. Estou com o prefeito Nunes. Nós vamos reelegê-lo".
"Farsante não vai me desmoralizar", diz Malafaia
Malafaia se manifestou já no sábado em um post no Instagram, chamando Marçal de "psicopata" e "bandido" após o ex-coach divulgar um documento falso para atacar Guilherme Boulos (PSOL), afirmando que ele teria sido internado por uso de drogas. A fraude já foi comprovada pela Polícia Civil.
Na sequência Malafaia publicou um vídeo intitulado "Pablo Marçal ou Silas Malafaia: quem está com a razão?".
No culto deste domingo, deu algumas indiretas. Não fez menções diretas a ele nem à eleição em si, mas usou os mesmos termos e o mesmo tom com que tem se referido a Marçal nos últimos dias.
A pregação foi realizada na sede da Assembleia de Deus Vitória em Cristo no Rio de Janeiro, mas transmitida ao vivo em filiais da igreja pelo país, inclusive na paulistana.
Ao falar sobre a importância de adquirir livros e revistas da igreja para estudar a Bíblia e os ensinamentos de Jesus, afirmou que só com conhecimento os fiéis não seriam "manipulados por um psicopata, por alguém que surge do nada".
Depois, disse que é um dos únicos pastores a se posicionar sobre temas sensíveis e lembrou o apoio que deu ao ex-presidente Jair Bolsonaro quando ele começou a ser investigado e ficou "perto de ser preso".
Malafaia subiu o tom de voz e declarou: "Não cheguei agora, não sou moleque. Não vai ser um farsante que vai me desmoralizar", referindo-se à queda de braço com Marçal desde a manifestação bolsonarista de 7 de setembro, organizada por Malafaia.
O ex-coach acusou Malafaia de censura após ser impedido de falar ao microfone durante a manifestação.
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Quero receberIgrejas silenciam, mas santinhos rolam soltos em cultos
A reportagem do UOL visitou outras quatro igrejas entre o sábado à noite e o domingo de manhã. Três delas são as mais frequentadas pelos paulistanos evangélicos segundo ao Datafolha: Assembleia de Deus, Universal do Reino de Deus e Congregação Cristã. Nelas não houve sequer menção às eleições nem à política no geral.
Apesar disso, santinhos e cartilhas do candidato a vereador Gilberto Nascimento (PL), cujo lema é "fé em São Paulo", se espalhavam em mesas e no chão externo de algumas delas. A reportagem inclusive flagrou fiéis repassando umas às outras.
No sábado, o candidato Ricardo Nunes esteve na Igreja Renascer ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O culto foi comandado pelo fundador da denominação, Estevam Hernandes, que se limitou a falar sobre o pleito por meio da parábola do mordomo infiel, sugerindo aos eleitores que tenham prudência na hora de decisões importantes.
Em outro momento, um garoto se colocou em frente ao palco, começou a se gravar e fez o gesto dos três dedos para baixo da campanha de Marçal, indicando um M. Foi repreendido por Hernandes: "Você pensa que está onde?".
*Colaborou Adriana Ferraz
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