Acusações de corrupção e bate-boca por religião marcam debate em Goiânia

O último debate pela Prefeitura de Goiânia entre Fred Rodrigues (PL) e Sandro Mabel (União), realizado pela Globo nesta sexta (25) , foi marcado por acusações de corrupção dos dois lados e uma disputa por quem é mais religioso.

O que aconteceu

Poucas propostas foram debatidas. A maior parte do tempo, administrado livremente, como estabelecido pela Globo, foi usado para acusações sobre o passado de cada um e ligações com aliados.

As acusações vinham dos dois lados. Fred lembrou de uma operação da Polícia Federal sofrida por Mabel em 2020, que investigava fraudes em certificados fiscais no Ibama. Já Mabel citou o caso de falsificação de documentos de Fred e sua ligação com o deputado Gustavo Gayer (PL), alvo de operação da PF nesta sexta por suspeita de desvio de verba.

Acusações de corrupção

"Rolo", "prisão" e "maracutaia" foram palavras repetidas no debate. Pelo formato estabelecido, dois dos quatro blocos tinham temas pré-definidos, escolhidos pelos candidatos. Não fez diferença: as sugestões foram ignoradas e transformadas em acusações.

Mabel focou no caso dos documentos. No currículo apresentado no registro de candidatura do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e registro de trabalho na Alego (Assembleia Legislativa do Estado de Goiás), Fred aparece como "bacharel em direito" pela PUC-Goiás, mas o curso nunca foi concluído.

Fred questionou o ex-deputado por diferentes casos, incluindo uma suposta instalação de um telão na casa de Mabel com dinheiro da Fieg (Federação das Indústrias do Estado de Goiás), que ele presidiu até o início desse ano. "[Mabel tem] compulsão em se envolver em rolo toda vez que chega perto de dinheiro público", acusou o bolsonarista.

Os padrinhos também foram tema. Fred lembrou que, quando era presidente da Fieg, em 2022, Mabel criticava a atuação de Caiado à frente do governo e disse que o adversário "muda de cara de acordo com o cliente".

O candidato do União citou a operação de hoje contra Gayer. "Olha o que fizeram, pegaram o CPF de crianças para colocar nessa organização criminosa", disse o candidato.

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O bolsonarista não tem procurado esconder o padrinho, tanto que irá votar com ele no domingo (27). Gayer era o nome inicial de Bolsonaro para a prefeitura de Goiânia e chegou a liderar as pesquisas, mas desistiu e indicou Fred, seu ex-assessor, no lugar.

Bate-boca por religião

Em disputa pelo eleitorado conservador, ambos disputaram ainda quem era o mais religioso. Após repetir diversas vezes um versículo bíblico, Mabel foi chamado ironicamente por Fred de "pastor".

O candidato de Caiado não gostou. "Vou para a igreja desde que tenho um ano de idade", reclamou Mabel.

Fred provocou. "O senhor falou muito mais o nome do diabo do que de Cristo. Isso mostra o lado que o senhor está defendendo", ironizou.

Goiânia é um dos locais em que a direita rachou, de olho em 2026. Fred foi indicado por Gayer e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para enfrentar Mabel, alçado pelo governador Ronaldo Caiado (União), que deve tentar a Presidência nas próximas eleições.

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A disputa está acirrada. Fred passou à frente no primeiro turno, numa diferença de menos de quatro pontos percentuais, mas as últimas pesquisas têm apresentado empate técnico, com uma pequena vantagem para Mabel.

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