Em GO, Bolsonaro reclama de operação da PF e cutuca Moraes: 'Sempre ele'
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acompanhou a votação do candidato à Prefeitura de Goiânia Fred Rodrigues (PL) na zona sudoeste da capital nesta manhã e reclamou da operação da Polícia Federal contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), presente na votação.
O que aconteceu
Bolsonaro cutucou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que autorizou a operação. "Não está colando mais esse tipo de ação. E caiu, para variar com o mesmo ministro do Supremo. Sempre ele, sempre o mesmo", reclamou o ex-presidente, indicando contornos eleitorais para a operação.
Gayer é suspeito de desviar verba parlamentar para financiar seu comitê político e uma escola de inglês em Goiânia. "[A operação] foi uma precipitação. Só tem em cima da direita, em cima da esquerda não tem nada", disse.
O ex-presidente ainda mostrou mágoa em relação a 2022, quando foi derrotado pelo presidente Lula (PT). "O TSE [Tribunal Superior Eleitoral] se comportou como um partido político nas minhas eleições. Eu não podia fazer nada, nem fazer live em casa. O TSE fez uma campanha para o jovem tirar título, gastou uma fortuna. O jovem, 70% no mínimo vota na esquerda. Esse foi o TSE", disse.
Ele também reclamou da suspensão do X (antigo Twitter), determinada por Moraes no fim de agosto. "Saiu do ar até o primeiro turno, prejudicou bastante a gente [de direita]. Eu deixei de me conectar com 14 milhões de pessoas agora nas eleições municipais. Esse é o TSE."
O grupo chegou pouco depois das 8h. O ex-presidente passa o dia em Goiás: além de Goiânia, vai a votações em Aparecida de Goiânia e Anápolis, onde o PL também tem candidato, e passa a apuração na casa do senador Wilder Morais (PL-GO).
Divisão da direita
Bolsonaro chegou a Goiás de madrugada. A eleição goiana ganhou importância pessoal para o ex-presidente, em embate com o governador Ronaldo Caiado (União), de olho em 2026.
Caiado lançou o ex-deputado Sandro Mabel (União) na capital goiana. Presidenciável assumido, ele procura se cacifar nacionalmente como candidato da direita, o que tem irritado Bolsonaro, e nacionalizado a disputa local.
Bolsonaro disse estar disposto a conversar com Caiado, mas também cutucou o ex-aliado. "Caiadismo eu não conheço. Bolsonarismo é nacional, caiadismo é local", disse o ex-presidente. "Podemos conversar, depois das 17h", brincou, em referência ao horário do fim da votação.
Ao negar a divisão da direita, cutucou ainda Pablo Marçal (PRTB), ex-candidato a prefeito em São Paulo . "Caiu a máscara do Marçal", disse o ex-presidente.
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