Com Ricardo Nunes, MDB elege prefeito em São Paulo pela 1ª vez
Ricardo Nunes (MDB) é o primeiro prefeito de São Paulo eleito pelo MDB, partido fundado em 1966. Tradicionalmente coadjuvante na política paulistana, a legenda alcança a marca 40 anos depois de sua única passagem pelo Executivo paulistano, com um prefeito "biônico" no fim da ditadura.
O que aconteceu
"Conquista leva partido para outro patamar", afirma presidente do diretório municipal. Segundo Enrico Misasi, a vitória em São Paulo é importante pelo "peso simbólico" da cidade, que dá "significado histórico" ao feito. Para ele, a gestão de Nunes e a articulação com outras forças foram "pilares" do sucesso.
MDB também levou capitais nas regiões Sul e Norte, destaca o partido. As vitórias de Igor Normando contra Éder Mauro (PL), em Belém, e de Sebastião Melo contra Maria do Rosário (PT), em Porto Alegre, são vistas por Misasi como exemplos da performance "sólida" do partido nas eleições país afora.
O partido perdeu para o PSD o título de partido com mais prefeitos. Já no primeiro turno, o partido de Nunes elegeu 847 prefeitos — contra 878 eleitos pela legenda de Gilberto Kassab (PSD). As prefeituras em disputa no segundo turno não eram suficientes para que o MDB ultrapassasse o número de vitórias do PSD.
MDB já governou São Paulo, mas sem ser eleito
Aconteceu entre 1983 e 1985. À época, o prefeito de São Paulo era indicado pelo governador. Eleito um ano antes, o governador Franco Montoro escolheu Mário Covas para o cargo. Ambos eram do MDB. Programas habitacionais, construção de escolas e hospitais e mais dinheiro para área social foram marcas da gestão.
Desde então, MDB ocupou a cadeira de vice-prefeito em dois momentos. O primeiro aconteceu entre 2007 e 2011, quando Alda Marco Antônio representou o partido durante o governo de Kassab (então no Democratas). O segundo começou em 2018, quando o próprio Ricardo Nunes foi o número dois de Bruno Covas (PSDB). Com a morte de Covas, em 2021, Nunes assumiu a prefeitura.
Além de Nunes, MDB elegeu sete vereadores. Todos já exerciam mandato. Três deles haviam sido eleitos pelo PSDB em 2020: Fabio Riva, Sandra Santana e João Jorge. Outros dois já eram filiados ao MDB: George Hato e Marcelo Messias. Já Sidney Cruz e Ely Teruel estavam no Solidariedade e no Podemos quatro anos atrás.
Emedebista venceu Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno realizado neste domingo (27). Ele se valeu de obras, articulação política e do apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para superar o desconhecimento dos eleitores e conquistar a maioria dos votos.
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