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Trump nervosinho, Temer de lado, indireta de Macron: o G20 em 20 pontos

Presidente dos EUA, Donald Trump - Getty Images
Presidente dos EUA, Donald Trump Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

02/12/2018 04h00Atualizada em 02/12/2018 10h21

Da irritação de Trump com o aparelho de tradução ao reforço da importância de se discutir as mudanças climáticas. Do atraso de Angela Merkel à disputa comercial entre China e Estados Unidos. O G20 deste ano foi marcado por momentos apreensivos, mas também pelo bom humor, como o balão inflável, erguido por manifestantes, que retratava Donald Trump como um grande bebê.

O UOL listou os 20 pontos que mais marcaram as reuniões do G20, que aconteceram nos últimos dois dias em Buenos Aires. 

Leia também:

  • Andrew Harnik/AP

    Disputa EUA x China é central no evento

    Aumento das tarifas sobre o aço, retaliações chinesas e críticas ao multilateralismo.A disputa entre China e Estados Unidos, além de permear praticamente todas as discussões do G20, aprofundou a polarização entre protecionismo e globalização. Após jantar com Xi Jinping no sábado (1), Trump afirmou que tem uma "relação incrível" com a China e que a cooperação dos dois países pode ser importante para a paz mundial.

  • JUAN MABROMATA/AFP

    Trump cancela encontro com Putin

    Desde a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, as relações entre este país e os EUA têm se desgastado continuamente. Na última semana, navios russos dispararam contra embarcações ucranianas na costa da Crimeia, o que aprofundou a crise entre Estados Unidos e Rússia. Como retaliação, Trump cancelou o encontro que faria com Vladimir Putin no G20.

  • Crise de Putin com a Ucrânia resvala na União Europeia

    Durante o G20, o presidente francês Emmanuel Macron e a chanceler alemã Angela Merkel pressionaram o presidente russo Vladimir Putin pela liberação de marinheiros ucranianos que foram aprisionados e tiveram seus barcos apreendidos pela Rússia. Merkel e Macron encontraram-se com Putin separadamente durante a cúpula do G20, e ouviram do líder russo que o problema dos marinheiros era uma assunto para os tribunais do país.

  • Problema no avião faz Merkel quase perder o evento

    O voo da chanceler alemã Angela Merkel para o G20 em Buenos Aires teve de ser interrompido por falhas técnicas. A aeronave oficial de Merkel, batizada de Konrad Adenauer, sobrevoava a Holanda quando houve a decisão dos pilotos de retornar. Por conta das falhas no avião, Merkel perdeu a abertura do G20 e, consequentemente, a tradicional foto para qual os líderes dos países posam no começo do evento.

  • Buenos Aires registra pequeno tremor

    Um tremor de magnitude 3,8, considerada de nível baixo, atingiu os arredores de Buenos Aires na manhã da última sexta-feira (30), enquanto a cidade recebia líderes das principais economias do planeta na cúpula do G20. O epicentro foi na região de Esteban Echeverría, na Grande Buenos Aires, a 50 quilômetros do local onde o presidente argentino, Mauricio Macri, recebia os líderes mundiais.

  • Temer e Brasil viram coadjuvantes

    O presidente Michel Temer participou de sua última cúpula do G20 longe do status de protagonista internacional, papel que o país desempenhou durante os últimos anos. A avaliação é de analistas ouvidos pelo UOL e foi confirmada com a agenda do evento, onde Temer realizou encontros bilaterais com apenas dois representantes: os primeiro-ministros da Austrália, Scott Morrison, e de Singapura, Lee Hsien Loong.

  • Com Brics, Temer anuncia que Brasil apoia Acordo de Paris

    Mesmo com as críticas do presidente eleito Jair Bolsonaro ao compromisso climático firmado no Acordo de Paris, Michel Temer afirmou que acredita na permanência do país no tratado. "Não creio que haverá modificação nessa posição. Não tenho nenhum dado concreto que me permite ver outra posição", disse o presidente, que também manifestou apoio ao acordo em uma reunião informal do Brics, bloco de países emergentes que reúne Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul.

  • Isso um dia depois de Macron mandar indireta para Bolsonaro

    O presidente francês, Emmanuel Macron, alfinetou Jair Bolsonaro por causa das posições do capitão da reserva acerca do Acordo de Paris. Segundo Macron, os acordos comerciais da União Europeia com o Mercosul dependem do respeito dos países sul-americanos ao tratado climático. "Não sou a favor de assinar grandes pactos comerciais com potências que já anunciaram que não respeitarão o Acordo de Paris", afirmou o líder francês.

  • Trump deixa Macri "falando sozinho"

    Pouco antes da tradicional fotografia dos líderes do G20, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumprimentou Mauricio Macri, que se posicionava no centro do local onde seria feito o clique. Trump, porém, depois de cumprimentar o argentino, abandonou o palco e deixou Macri falando sozinho. O presidente argentino ainda tentou chamar Trump para que eles aguardassem juntos os outros líderes, mas o mandatário norte-americano não quis esperar.

  • Buenos Aires para, e brasileiros são pegos de surpresa

    Para os brasileiros que foram passear em Buenos Aires nesta semana, a cúpula do G20 foi um banho de água fria. Alguns chegaram à capital argentina sabendo do evento e das interdições dentro das áreas mais turísticas da cidade, mas teve quem descobriu o G20 por meio da reportagem do UOL, aproveitando para pedir informações e dicas do que fazer na capital argentina.

  • Trump se irrita com tradução e joga aparelho no chão

    Logo no começo da cúpula, Trump se irritou com a tradução feita durante seu encontro com o argentino Maurício Macri e tirou da orelha o aparelho que emitia a tradução simultânea. Ele reclamou que estava compreendendo Macri melhor ouvindo o próprio espanhol do que por intermédio do aparelho. Quando Macri terminou as apresentações, Trump retirou o objeto e o atirou ao chão. "Entendi melhor no seu idioma do que no aparelho", disse o presidente dos EUA.

  • Putin choca o mundo por ser efusivo com príncipe saudita

    O presidente da Rússia, Vladimir Putin, cumprimentou de forma bastante efusiva o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, durante a cúpula do G20. O cumprimento informal, que sinaliza a proximidade entre os dois, foi registrado quando Putin se aproximou da mesa onde estava o monarca saudita. O gesto chamou atenção pelo fato de Salman ser investigado pela participação no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, ocorrido no consulado da Arábia Saudita na Turquia em outubro deste ano.

  • Do lado de fora, argentinos protestam --e vendem sanduíches

    Milhares de pessoas participaram de uma manifestação contra o G20 em Buenos Aires na última sexta (30), um dia antes do início do evento. O protesto reuniu críticos de todas as vertentes, incluindo uma brasileira que utilizou seu corpo para protestar. Também houve espaço para quem queria trabalhar e vender os tradicionais 'choripans' aos descontentes.

  • Bebê Trump é o grande astro dos protestos

    Ele apareceu pela primeira vez durante a visita de Donald Trump a Londres, no meio do ano, e durante o G20 se transformou na grande atração dos protestos. Elaborado pelo norte-americano Robert S. Kennedy, o balão inflável do 'bebê Trump' --que mostra o presidente em uma cor alaranjada, com um grande topete e uma fralda-- podia ser avistado de longe pelos manifestantes de Buenos Aires.

  • Macri passa o chapéu pelos líderes

    O presidente argentino desfrutava de uma popularidade relativamente alta quando Buenos Aires foi definida para sediar o G20. A situação, no entanto, se inverteu, e Macri precisou 'passar o chapéu' em vários acordos bilaterais, fazendo o possível para atrair investidores, fechar negócios com os líderes do grupo e sanar a calamidade econômica na qual o país se encontra. A situação obrigou Macri a tomar emprestados US$ 56 bilhões do FMI (Fundo Monetário Internacional), e a inflação do país deve fechar 2018 entre 45% e 50%.

  • Morte de Bush pai repercute no G20

    O 41º presidente dos Estados Unidos, George H. W. Bush, morreu na madrugada da sexta (30), aos 94 anos. No G20, vários líderes prestaram homenagens e condolências à família Bush, incluindo os líderes europeus Emmanuel Macron, Theresa May e Angela Merkel. A morte do ex-presidente também mexeu na agenda do evento, já que Donald Trump adiou a entrevista coletiva que daria neste sábado (1). "Por respeito à família Bush e ao ex-presidente George H. W. Bush, esperaremos até depois do funeral para oferecer a coletiva", disse Trump em sua conta no Twitter.

  • Temer sai mais cedo

    Contrariando as previsões, o presidente do Brasil, Michel Temer, deixou a Argentina na tarde deste sábado e passou a noite em São Paulo. Havia a expectativa de que ele concedesse uma entrevista coletiva em Buenos Aires no final da tarde, mas ela não se concretizou. A volta antecipada de Temer reforçou o papel coadjuvante do Brasil nesta edição do G20. Ao contrário das cúpulas anteriores, o país teve uma passagem silenciosa no evento.

  • Reforma na OMC

    Seguindo o ritual de cúpulas anteriores, os líderes reunidos em Buenos Aires divulgaram um acordo com diretrizes e perspectivas sobre as relações dos países. O texto, no entanto, trouxe um ponto que chamou atenção: sem aprofundar o assunto, os países levantaram a necessidade de se reformar as regras da Organização Mundial do Comércio para "melhorar seu funcionamento".

  • Mudanças climáticas como protagonistas

    O texto do acordo firmado pelos líderes ainda versa sobre um ponto muito discutido durante a cúpula: o Acordo de Paris e as ações dos países em relação às mudanças climáticas. Líderes como Emmanuel Macron condicionaram as negociações bilaterais ao comprometimento dos países com o tratado climático. O presidente dos EUA, Donald Trump, no entanto, reafirmou sua posição contra o Acordo de Paris e manteve-se isolado das outras nações nas questões climáticas.

  • Críticas à globalização

    O acordo defendeu em vários pontos a necessidade de cooperação comercial entre os países para que haja mais desenvolvimento, porém registrou uma crítica à globalização. O texto reconhece que o sistema comercial multilateral "falhou em seus objetivos", por isso a necessidade de reforma na OMC. Não houve críticas, entretanto, às práticas protecionistas de EUA e China, por exemplo. A breve alfinetada no multilateralismo soou como afago ao presidente Donald Trump, que insistiu nas negociações para que o texto incluísse críticas à globalização.