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Em reunião com Obama, Dilma volta a criticar políticas monetárias dos países ricos

Do UOL, em São Paulo

09/04/2012 15h01Atualizada em 09/04/2012 16h24

A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (9) que, durante o encontro com seu par americano, Barack Obama, expressou preocupação sobre o impacto das políticas monetárias expansionistas dos países ricos em nações em desenvolvimento, como o Brasil. Para a presidente, o desequilíbrio cambial prejudica as nações mais pobres.

A afirmação foi feita após reunião bilateral entre Dilma e Obama na Casa Branca. No mês passado, em Brasília, Dilma já havia afirmado que os países em desenvolvimento são vítimas de um “tsunami monetário” causado pelo mundo desenvolvimento, acusado de provocar uma guerra cambial para enfrentar a crise internacional.

Dilma desembarcou ontem em Washington para uma visita de dois dias, que inclui a passagem por Boston.  Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, não quis comentar a forma como Obama recebeu as críticas da presidente.

Os dois líderes ainda debateram sobre o comércio bilateral e ampliações na área de inovação e educação.

O encontro acontece em um momento de tensão em relação a alguns temas delicados. O governo brasileiro resiste em apoiar os EUA sobre uma condenação ao regime sírio, ao mesmo tempo em que defende a participação de Cuba nas próximas reuniões da Cúpula das Américas. O fórum será realizado nos dias 14 e 15 sem a presença de autoridades da ilha.

A demanda do Brasil de fazer parte do Conselho de Segurança da ONU como membro permanente também deve ficar para segundo plano. Na área comercial, o principal acordo que deve sair é o reconhecimento, por parte dos EUA, da cachaça como produto tipicamente brasileiro.

Pouco destaque

A visita oficial de Dilma é assunto de pouco destaque na mídia local. Em seus sites, os jornais “The New York Times”, “The Washington Post” e “The Wall Street Journal” praticamente ignoram o assunto.

Com a exceção de uma matéria de John Lyons fechada para assinantes no “The Wall Street Journal”, com o título “Estados Unidos procuram um aliado no Brasil” (em tradução livre), a viagem de Dilma passa em branco até agora para as versões online dos principais diários americanos -- entre eles, o “USA Today”.