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Pesquisa inédita aponta que 2,5 mi de falecidos são vítimas de roubo de identidade nos EUA

Do UOL, em São Paulo

23/04/2012 12h57

Os criminosos estão roubando identidades até dos túmulos. Uma pesquisa inédita divulgada nesta segunda-feira (23) aponta que cerca de 2,5 milhões de pessoas falecidas são vítimas de roubo de identidade todo ano nos Estados Unidos, segundo a empresa de prevenção a fraudes ID Analytics.

O estudo oferece os primeiros dados sobre esse aspecto ainda pouco conhecido dos roubos de identidade, e que causa um sofrimento desnecessário a familiares já tristes com a perda de uma pessoa querida.

A ID Analytics trabalhou com dezenas de companhias, sobretudo bancos e operadoras de celular, para encontrar um padrão comum de procedimento entre os criminosos. Foram analisados 100 milhões de formulários de identidade preenchidos durante os primeiros três meses de 2011, e números e outras informações desses formulários foram comparados com dados de identidade de pessoas mortas. Os resultados mostraram um problema em larga escala, muito maior do que se imaginava.

Cerca de 800 mil americanos mortos são deliberadamente vítimas de roubo de identidade, concluiu o estudo. Nestes casos, um criminoso em posse de nome e data de nascimento de um falecido escolhido a dedo tenta preencher um formulário de identidade com esses dados – a ID Analytics não sabe dizer se o crime foi bem-sucedido.

Ao mesmo tempo, cerca de 1,6 milhão de americanos falecidos foram vítimas de criminosos que escolheram nomes e datas de nascimento de forma aleatória, segundo Stephen Coggeshall, diretor de tecnologia da ID Analytics. Ou seja, a maioria dos criminosos simplesmente chuta um nome e uma data de nascimento na hora de preencher um formulário de identidade – e esses dados batem com os de uma pessoa morta.

A ID Analytics os chama de “manipuladores de identidade” – são americanos que fazem variações arbitrárias em seus dados para evitar as ferramentas de detecção de fraude, mas, sem querer, usam os dados de um falecido.

“Este estudo traz à tona um problema significativo, já que os casos de criminosos que usam de forma intencional a identidade de mortos ultrapassa a faixa de 2.000 por dia”, ressalta Coggeshall. Segundo ele, estes criminosos têm acesso aos dados de falecidos por meio do celular deles ou do cartão de crédito e conta bancária.

Apesar dos números surpreendentes, é mais fácil combater este tipo de crime do que outras formas de fraude de identidade. A Administração de Segurança Social atualiza com frequência o arquivo de pessoas falecidas, e empresas de cartão de crédito devem comparar seus formulários com a lista da Administração. Existem serviços que fazem isso, “mas claramente esta checagem não está acontecendo”, observou Coggeshall. Senão, não haveria tantas fraudes deste tipo.

A pesquisa também mostrou que pessoas seriamente doentes são alvos de criminosos. Cerca de 2 milhões de casos foram detectados – pessoas cujas identidades forma roubadas e que morreram dois meses depois.

(Com informações da MSNBC)