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Obama declara área atingida por Sandy como zona de catástrofe

Água na passagem subterrânea do Battery Park, em Nova York, chega ao nível da rua - Louis Lanzano/AP
Água na passagem subterrânea do Battery Park, em Nova York, chega ao nível da rua Imagem: Louis Lanzano/AP

Efe, em Washington

30/10/2012 12h17Atualizada em 30/10/2012 12h44

A passagem da tempestade Sandy pela Costa Leste dos Estados Unidos, que causou pelo menos 16 mortos nos EUA e deixou sem luz milhões de pessoas, levou o presidente Barack Obama a declarar, nesta terça-feira (30), "zona de catástrofe" as áreas de Nova York e Nova Jersey, alagadas pela ressaca da tempestade.

A declaração, divulgada pela Casa Branca, coloca à disposição dos governos e comunidades locais os fundos, equipes e funcionários do governo federal necessários para enfrentar as consequências do desastre e socorrer os afetados pela tempestade.

Em Maryland, uma mulher bateu com o carro em uma árvore e morreu. E, em Virgínia Ocidental, outra mulher colidiu com um caminhão em meio a uma tempestade, informou a polícia. A tempestade Sandy matou pelo menos 67 pessoas em sua passagem pelo Caribe, 51 delas no Haiti. Uma mulher morreu no Canadá por causa da tempestade.

A tempestade deixou milhares de pessoas sem eletricidade de Maine até Carolina do Norte, forçou a suspensão de 13,7 mil voos de companhias aéreas comerciais em mais de uma dúzia de aeroportos da Costa Leste do país e suspendeu as atividades dos governos na região.

O governador de Nova Jersey, Chris Christie, disse que 2,4 milhões de usuários não têm eletricidade nesse Estado e que 95% da cidade de Newark carece da provisão de energia.

A ressaca sem precedentes em Nova York danificou o sistema de provisão de eletricidade e deixou quase 2 milhões de moradores às escuras, forçando a suspensão pelo segundo dia consecutivo das operações dos mercados financeiros, o fechamento mais prolongado de atividades devido a condições meteorológicas em mais de um século.

A ruptura de um dique no Condado Bergen, em Nova Jersey, por causa do ciclone tropical Sandy causou a inundação de três localidades, informaram as autoridades locais.

"Em cerca de 30 minutos essas localidades ficaram debaixo de mais de um metro de água", disse à rede CNN Jeanne Baratta, porta-voz do condado, acrescentando que as autoridades se mobilizaram para socorrer mil pessoas atingidas na área, localizada a cerca de 30 quilômetros ao norte de Manhattan, Nova York.

O Serviço de Previsões Hidrometeorológicas indicou nesta terça-feira que o centro do ciclone tropical se movimenta pelo sul da Pensilvânia e poderia se dirigir na quarta-feira (31) para o Canadá.

A tempestade, que paralisou o governo federal e os governos, escolas e universidades desde Nova Inglaterra até Carolina do Sul, interrompeu também a campanha eleitoral a apenas uma semana das eleições presidenciais e tanto Obama como seu rival republicano Mitt Romney suspenderam seus atos de campanha.

Ressacas

A chegada em terra firme de Sandy, com ventos sustentados de 125 km/h, causou ressacas de até quatro metros em áreas de Nova Jersey e Nova York.

Nova York e sua área metropolitana (19 milhões de habitantes) amanheceram hoje sem transporte público, com grandes interrupções no abastecimento de energia e com todos os aeroportos e quase todas as pontes e túneis da cidade fechados.

Apesar da diminuição do nível das águas (cerca de dois metros), que melhorou um pouco a situação, rajadas de vento de até 100 km/h persistem e lembram que Sandy ainda está presente.

As escolas, universidades, museus, grandes empresas, a sede das Nações Unidas e a Bolsa de Nova York seguirão fechadas hoje.

Devastador

O presidente da Autoridade Metropolitana de Transporte, Joseph Lhota, afirmou nesta terça que o transporte público de Nova York "nunca enfrentou um desastre tão devastador" em seus 108 anos de existência.

A tempestade causou graves danos à infraestrutura do metrô, dos trens, dos ônibus e dos túneis da região. A água das inundações entrou em sete túneis do metrô nova-iorquino.

Por causa da falta de energia, cerca de 200 pacientes do Langone Medical Hospital, da Universidade de Nova York, tiveram de ser removidos às pressas na madrugada desta terça. 

Além disso, um guindaste ameaça cair de um arranha-céu em construção na ilha de Manhattan. O projeto promete ser um dos prédios residenciais mais altos de Nova York.