''Não estamos fazendo o suficiente'', diz Obama sobre segurança de estudantes nos EUA
Em um discurso no qual enalteceu a comunidade de Newtown, pela solidariedade demonstrada diante da tragédia em que 20 crianças e seis funcionários da escola Sandy Hook foram mortas, Obama admitiu que o país não está fazendo o suficiente para manter os estudantes seguros deste tipo de ataque.
Obama, que leu os nomes de todas as crianças mortas no ataque à escola durante o discurso, lembrou que essa era a quarta vez em que ele se dirigia à nação para falar sobre uma tragédia envolvendo estudantes, desde que se tornou presidente dos Estados Unidos.
“Nossa tarefa mais importante é proteger nossas crianças. Mas estamos fazendo o suficiente para mantê-las seguras?”, indagou Obama. Logo após, ele mesmo respondeu. “Estamos refletindo todos esses íltimos dias e se formos honestos com nós mesmos, a resposta é não.”
O presidente dos Estados Unidos disse ainda que tragédias como a de Newtown “não podem ser toleradas e que “é preciso mudar para acabar com elas”. Disse que os esforços devem envolver as forças de segurança, profissionais da área de saúde mental, educadores, mas também a comunidade. “Manter as crianças em segurança é algo para ser feito com a ajuda de amigos, da comunidade e da nação”, completou.
Sobre a ação dos funcionários da escola ao ser atacada, Obama destacou a coragem, citando os nomes das mulheres que morreram tentando defender os estudantes do atirador. “Sabemos que quando o perigo chegou à Sandy Hook, seus funcionários não o temeram. Eles reagiram como esperavamos que agissem nessas circunstâncias. Com coragem, com amor. Para proteger as crianças que estavam sob seus cuidados.”
Tragédia em Sandy Hook
Pouco depois das 9h de sexta-feira (14), a polícia de Newtown recebeu uma chamada de emergência desconhecida na história recente desta cidade, sobre um tiroteio no colégio Sandy Hook, no qual estudam crianças com idades compreendidas entre 5 e 10 anos.
O jovem Adam Lanza, de apenas 20 anos, matara sua mãe em casa e depois se dirigira de carro até a escola na qual ela dava aula, disparando à queima-roupa contra crianças e adultos até contabilizar 26 vítimas antes de se suicidar.
Trata-se do segundo tiroteio mais sangrento na história dos Estados Unidos, atrás apenas do registrado em 2007 na universidade Virgínia Tech, onde morreram 33 pessoas, e evoca também a matança no instituto de Columbine, no Colorado, em 1999, que terminou com 15 vítimas.
A polícia nos levou para fora da escola e disse para ficarmos de mãos dadas e de olhos fechados
Vanessa Bajraliu, 9 anos, aluna da escolaO drama atingiu uma pequena cidade que já se preparava para as festas de fim de ano enfeitada com luzes brancas e uma grande árvore decorada por seus cidadãos, entre eles María Briscesh, que, assim como outros moradores, buscou refúgio e apoio durante o dia todo nos diferentes centros religiosos locais.
"Estou arrasada. Há três membros da nossa igreja com filhos no colégio e ainda não sabemos se algum deles morreu", relatou à Efe María, de 50 anos, que acudiu, como outros tantos fiéis, à United Methodist Church.
Os templos religiosos ficaram lotados durante o dia todo, e a Igreja Católica Santa Rosa de Lima recebeu à noite centenas de pessoas em uma vigília da qual participaram tanto pais das crianças que sobreviveram ao massacre como moradores, além do governador de Connecticut, Daniel Malloy.
"Muitos de nós vamos confiar hoje e nos próximos dias no que nos ensinaram e no que acreditamos, que é que a fé existe por uma razão", disse Malloy perante uma emocionada igreja na qual se viam fiéis acendendo velas e cantando "Noite de Paz".
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Em seu altar foi acesa uma vela por cada uma das vítimas da tragédia e ali serão celebrados ofícios religiosos ao longo deste sábado, da mesma forma que na Trinity Episcopal Church.
"Estou em choque. Não há palavras para descrever o que estamos vivendo. Nunca tinha visto nada igual", explicaram à "Efe" Jeff Powers e sua noiva, Kelly Grogen, que chegaram ao centro religioso depois de visitarem o hospital da cidade de Danbury, para onde foram transferidas muitas das vítimas do tiroteio.
Com a maior parte dos acessos bloqueados pelas autoridades, vários helicópteros sobrevoando-a e dezenas de bombeiros, agentes da Polícia e jornalistas inundando suas ruas, a tranquila Newtown tenta agora superar uma tragédia que a deixou marcada para sempre.
"Esta cidade nunca mais será a mesma", reconheceu à imprensa um devastado morador.
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