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Coreia do Norte esconde dois mísseis na costa leste; Sul posiciona navios

Do UOL, em São Paulo

05/04/2013 08h47

A Coreia do Norte colocou dois de seus mísseis de médio alcance em lançadores móveis e os escondeu na costa leste do país, disse a agência sul-coreana de notícias Yonhap nesta sexta-feira (5), citando fontes de inteligência da Coreia do Sul, que já posicionou em sua costa dois navios para inteceptar mísseis.

A informação não pôde ser confirmada, mas pode ter a intenção de demonstrar uma ameaça por parte do Norte ao Japão ou às bases norte-americanas em Guam.

"No início desta semana, o Norte transferiu dois mísseis Musudan de trem e os colocou em lançadores móveis", disse um oficial militar familiarizado com o assunto à Yonhap. O Ministério da Defesa da Coreia do Sul não quis comentar a reportagem.

Há relatos não confirmados na mídia de que o Norte levou mísseis para a costa leste na quinta-feira (4), mas não estava claro quais mísseis teriam sido deslocados.

A especulação foram em torno de dois tipos de mísseis que não se tem conhecimento que tenham sido testados.

Um deles é o chamado míssil Musudan, que o Ministério da Defesa da Coreia do Sul estima que tem alcance de até 3.000 km. O outro é chamado de KN-08, que acredita-se ser um míssil balístico intercontinental, que não foi testado.

O ministro da Defesa sul-coreano disse não acreditar que o míssil que foi transferido para o leste seja o KN-08.

A Coreia do Norte tem melhorado lenta e progressivamente suas capacidades de mísseis nos últimos anos, e as autoridades dos EUA dizem que seus mísseis podem ser capazes de atingir territórios e Estados norte-americanos fora do continente, incluindo Guam, Alasca e Havaí.

Coreia do Sul posiciona navios

A Coreia do Sul desdobrou dois navios com capacidade para interceptar mísseis em sua costa no Mar Amarelo (Mar Ocidental) e no Mar do Leste (Mar do Japão) perante os movimentos que apontam que a Coreia do Norte pode estar preparando um lançamento.

Segundo declarou um porta-voz do Ministério da Defesa à agência de notícias "Yonhap", os dois destróieres, com 7.600 toneladas cada um, estão equipados com o sistema de radar Aegis.

Esse sistema foi desenvolvido para destruir projéteis em sua trajetória intermediária, antes de efetuarem sua reentrada na atmosfera.

O Exército sul-coreano também já tem operacionais o sistema de radar defensivo terra-ar Green Pine e o sistema de alarme antecipado Peace Eye, que consta de quatro aviões de vigilância Boeing 737 AEW&C.

O governo da Coreia do Sul afirma que segue "aberto ao diálogo" com a Coreia do Norte, assegurou nesta sexta-feira o ministro da Unificação de Seul, Ryoo Kihl-jae, em plena escalada da retórica belicista do regime comunista, que nas últimas semanas formulou contínuas ameaças.

A máxima autoridade sul-coreana no âmbito das relações com a Coreia do Norte expressou que Seul está "aberto a qualquer tipo de diálogo entre as Coreias", mas reconheceu que "as relações intercoreanas enfrentam uma crise".

"O governo da Coreia do Sul reconhece a gravidade da situação e está se preparando para todas as possibilidades, já que essas ameaças da Coreia do Norte são relativas à segurança da população sul-coreana", explicou.

No entanto, Ryoo confirmou a vontade de Seul de prestar socorro humanitário para cobrir as necessidades alimentícias da população norte-coreana, "independentemente da situação" política.

Embora não tenha informado a data nem a natureza de futuras entregas de auxílio, o ministro disse que "lhes ofereceremos alguns produtos e restringiremos o envio de outros".

A autoridade sul-coreana também comentou a atual crise no complexo de Kaesong, único projeto de cooperação vigente entre as duas Coreias, que foi foco de tensão depois que a Coreia do Norte impediu a passagem de empregados sul-coreanos na quarta-feira e na quinta-feira, em uma ação sem precedentes.

Ryoo assegurou que Seul não planeja retirar os aproximadamente 600 sul-coreanos que permanecem, por decisão das empresas, em Kaesong, situado em território da Coreia do Norte, por considerar que "sua segurança não corre perigo"

Em todo caso, ressaltou que "os atos de tensão (da Coreia do Norte) não são de nenhuma ajuda para o complexo industrial de Kaesong", onde 123 empresas sul-coreanas fabricam produtos com a mão de obra barata de 54 mil trabalhadores norte-coreanos.

Pyongyang, portanto, "deve cessar imediatamente suas ameaças e provocações", indicou. (Com AFP, Reuters e Efe)