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Com presença de Dilma e apelo à mobilização, Maduro toma posse como presidente na Venezuela

Maduro conforta a viúva Jose Luis Ponce, mulher de um eleitor que morreu durante os confrontos que sucederam as eleições - Marcelo Garcia/Miraflores/Reuters
Maduro conforta a viúva Jose Luis Ponce, mulher de um eleitor que morreu durante os confrontos que sucederam as eleições Imagem: Marcelo Garcia/Miraflores/Reuters

Do UOL, em São Paulo

19/04/2013 06h00

O presidente eleito da Venezuela, Nicolás Maduro, tomará posse do cargo nesta sexta-feira (19) e convocou seus apoiadores a fazer uma “grande mobilização” nas ruas de Caracas para transformar a primeira jornada de seu mandato em um “dia patriótico”.

“Faço um chamado ao povo para uma grande mobilização no dia de amanhã (19)”, disse Maduro na tarde da quinta-feira (17), em entrevista no aeroporto de Maiquetia, em Caracas, minutos antes de embarcar para Lima (Peru) à reunião extraordinária da Unasul (União das Nações Sul-americanas) para tratar da crise política pós-eleição na Venezuela. “Quero transformar 19 de abril em um dia patriótico.”

Até o momento, oito pessoas morreram nos conflitos entre opositores e chavistas. Henrique Caprilles, derrotado por uma diferença de 1,8 pontos percentuais, se recusa a reconhecer a vitória de Maduro. No final da noite de quinta (18), o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela aceitou ampliar até 100% a auditoria dos votos contabilizados no sistema eletrônico do país, atendendo o pedido da oposição.

Também na noite de quinta, a cúpula da Unasul, reunida de forma extraordinária em Lima, reconheceu a vitória de Maduro e pediu a Capriles que reconheça os resultados emitidos pela autoridade eleitoral.

 

Líderes de ao menos 15 países, inclusive a presidente brasileira, Dilma Rousseff, confirmaram presença na posse do sucessor de Hugo Chávez, segundo informações da imprensa oficial do governo venezuelano.

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Maduro fará um juramento na Assembleia Nacional venezuelana, no centro de Caracas. “Será o primeiro presidente chavista da história da Venezuela”, disse Maduro, que se afirmou um “filho” de Chávez.

Em seguida, haverá um desfile militar no Paseo de los Próceres, esplanada situada à frente da Academia Militar da Venezuela. O mandatário afirmou que o desfile será uma demonstração do “espírito de união civil-militar” do país.

Também confirmaram presença os presidentes Mahmoud Ahmadinejad (Irã), Cristina Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), Daniel Ortega (Nicarágua), José Mujica (Uruguai), Rafael Correa (Equador), além de representantes de China, Arábia Saudita, Catar, Palestina, Honduras, Haiti, República Dominicana e São Vicente e Granadinas.

“Espero que o fascismo não agrida as delegações internacionais”, disse Maduro. “Aquele que atacar uma delegação internacional será capturado de maneira imediata.”

EUA voltam a pedir recontagem

O governo dos Estados Unidos não anunciou se irá enviar alguma representação para a cerimônia. Ontem (18), o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, durante audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado dos EUA, voltou a pedir a recontagem de votos das eleições venezuelanas.

Ele afirmou também que EUA e Venezuela não devem “fechar as portas” para as tentativas de melhorar as relações bilaterais entre os países no futuro. “Minha esperança é que nada feche automaticamente as portas para começar (de novo com) este governo, aconteça o que acontecer nos próximos dias,” afirmou.

“Mas nossa posição é que a auditoria [nos votos] deve ser um primeiro ingrediente importante para proporcionar confiança para toda comunidade de nações”, disse Kerry. (Com agências internacionais)