Governo dos EUA pede 60 anos de prisão para soldado que vazou dados ao Wikileaks
A promotoria militar dos Estados Unidos pediu nesta segunda-feira (19) que o soldado Bradley Manning cumpra pelo menos 60 anos de prisão por ter vazado arquivos confidenciais ao site Wikilieaks.
O promotor, capitão Joe Morrow, fez um apelo à juíza militar, coronel Denise Lind, para que aplique uma pena severa, "de forma a dar um recado a qualquer soldado que esteja pensando em divulgar informações secretas".
Para Morrow, os crimes do soldado foram "notórios o suficiente para justificar 60 anos", e acrescentou: "Os EUA não fazer este pedido de ânimo leve".
Promotoria pede multa de US$ 100 mil
O promotor também recomendou que Manning receba ainda uma dispensa desonrosa e uma multa de US$ 100 mil. Ele disse que Manning "merece passar a maior parte do resto de sua vida na prisão".
O ex-analista de inteligência júnior, de 25 anos, é acusado de espionagem e fraude eletrônica e pode passar mais de um século na cadeia.
A juíza Lind conduz o julgamento em Fort Meade - uma base militar nos arredores de Washington - e decidirá quanto tempo o jovem, que já pediu desculpas, deverá ficar preso.
Morrow rejeitou os argumentos da defesa, que alegou que Manning foi ingênuo, mas bem intencionado, ao expor os abusos de conduta dos Estados Unidos nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
O promotor, por sua vez, disse que os vazamentos são "destrutivos" e afirmou que Manning é um "espião determinado que explorou um sistema imperfeito".
Ele disse ainda que as ações de Manning criaram um grave risco para os EUA, interrompendo as missões diplomáticas e pondo em perigo a vida de civis e soldados.
A pena máxima possível atribuída aos crimes de Manning é até 90 anos de prisão, embora alguns especialistas militares acreditem que ele será condenado com pena máxima. (Com agências internacionais)
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