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Justiça do Egito condena à prisão 56 integrantes da Irmandade Muçulmana

Do UOL, em São Paulo

03/09/2013 13h56

Um tribunal militar da cidade de Suez, no Egito, condenou nesta terça-feira (3) à prisão perpétua 11 supostos membros da Irmandade Muçulmana, enquanto outros 45 pegaram penas de cinco anos de cadeia. 

Os integrantes do grupo são acusados de cometer atos de violência durante os protestos de agosto. Segundo fontes judiciais, os islamitas foram acusados de ter destruído seis veículos militares e agredido soldados nas manifestações organizadas em Suez após o desmantelamento policial no Cairo de dois acampamentos dos seguidores do presidente deposto Mohammed Mursi.

Por lei, um tribunal militar é o encarregado de julgar aqueles casos relacionados com ataques contra as forças militares.

Cinco dos réus foram absolvidos das acusações.

Cerco à Irmandade

Vários líderes e integrantes da Irmandade Muçulmana foram detidos desde o golpe de Estado de 3 de julho deste ano, que depôs o presidente Mohammed Mursi e colocou uma junta militar no poder. Mursi pertenceu à Irmandade antes de assumir a presidência do país, em junho de 2012.

Entre os detidos está o guia espiritual da confraria, Mohammed Badie, que enfrenta acusações por incitar a violência, e o próprio Mursi, detido pelos militares em local desconhecido desde o golpe. O presidente deposto é acusado de ter ordenado a morte de manifestantes que protestavam em dezembro contra sua decisão de blindar seus poderes frente à Justiça.

Julgamento adiado para outubro

No domingo (25), a Justiça decidiu adiar para 29 de outubro o julgamento dos líderes da Irmandade Muçulmana acusados de instigar a morte de manifestantes nos protestos após a queda de Mursi.

Segundo a TV estatal, os líderes islamitas não participaram da audiência por motivos de segurança e o juiz do caso decidiu atrasar o processo a pedido da defesa, que reivindicou o direito dos acusados de comparecer ao julgamento.

Badie e seus principais colaboradores Jairat al Shater e Rashad Bayumi, são acusados de induzir o assassinato de manifestantes no dia 30 de junho, data na qual nove pessoas morreram e outras 90 ficaram feridas em frente à sede da confraria no bairro de A Muqatam, no Cairo.

A Procuradoria-Geral acusa os dirigentes islamitas de ter instigado, pagado e fornecido as armas a outros três acusados, para que, do interior da sede, disparassem contra os opositores a Mursi que tinham se reunido do lado de fora.