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Ministro queniano diz que 'tropas controlam o shopping'; tiros ainda são ouvidos

Do UOL, em São Paulo

23/09/2013 12h00Atualizada em 23/09/2013 16h17

O ministro do Interior queniano, Joseph Ole Lenku, afirmou na sua conta no microblog Twitter, nesta segunda-feira (23), que "nossas forças têm o controle de todos os andares do shopping", atacado por militantes islâmicos do grupo Al-Shabab no sábado. A informação contradiz relatos de testemunhas, que dizem ouvir 'explosões e troca de tiros no local'. O cerco ao centro comercial de luxo já dura mais de 54 h e deixou 62 pessoas mortas, segundo a Cruz Vermelha.

"Acreditamos que a operação está a ponto de acabar", disse Lenku. Hoje pela manhã ele informou que três terroristas foram mortos dentro do centro comercial --o presidente Uhuru Kennyata disse, no domingo, que "entre 10 e 15 militantes" estavam no shopping.

Ontem, as autoridades quenianas disseram ter libertado a maioria dos cerca de 30 reféns, mas não se sabe quantos ainda estão no prédio. Uma coluna de fumaça preta foi avistada saindo do shopping --segundo o ministro, os militantes atearam fogo em objetos para dificultar a ação das tropas.

Ao menos 175 pessoas ficaram feridas, 11 delas policiais envolvidos na operação de resgate. A polícia afirmou ter detido dez pessoas supostamente envolvidas com o ataque, sem detalhar se as prisões foram feitas dentro do shopping ou não.

Grupo islâmico assume autoria

O grupo islâmico Al-Shabab assumiu no sábado a autoria do ataque, referindo-se à ação como revide à presença militar queniana em seu país. A rede de TV CNN divulgou que fazem parte do grupo terrorista pessoas da Finlândia, Somália, Canadá, Reino Unido, EUA e Quênia.

Um dos atiradores teria sido ferido e preso e morreu posteriormente por conta de seus ferimentos, segundo afirmaram autoridades locais à BBC.

Saiba mais sobre o grupo islâmico Al-Shabab

  • Grupo responsável pelo ataque ao shopping chegou a controlar boa parte da Somália

Entre as vítimas do ataque estão cidadãos norte-americanos, britânicos, franceses e de países asiáticos, uma vez que o Westgate Mall é bastante frequentando por turistas, estrangeiros que trabalham no país e quenianos de alto poder aquisitivo. As autoridades ainda não divulgaram uma lista completa com os nomes das vítimas.

A França divulgou que as duas vítimas de nacionalidade francesa confirmadas eram mãe e filha e foram mortas no estacionamento do centro comercial.

"Duas de nossas compatriotas foram covardemente atacadas, executadas no estacionamento do shopping quando chegavam para fazer compras", disse Hélène Conway-Mouret, ministra encarregada de cidadãos franceses no exterior. 

Atiradores usaram granadas e fuzis

O grupo entrou no shopping center por volta de meio-dia (6h em Brasília) de sábado, atirando granadas e disparando com fuzis automáticos. Centenas de frequentadores do shopping conseguiram fugir do local; outros vários se esconderam dentro do shopping, onde puderam: cinema, supermercado, lojas.

O ataque é o maior no Quênia desde que uma célula da Al Qaeda no leste da África bombardeou a embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi em 1998, matando mais de 200 pessoas. Em 2002, a mesma célula militante atacou um hotel israelense e tentou derrubar jatos israelenses em um ataque coordenado.