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Ao menos 62 morreram em ataque a shopping no Quênia, diz Cruz Vermelha

Do UOL, em São Paulo

23/09/2013 06h34Atualizada em 23/09/2013 11h07

Pelo menos 62 pessoas morreram e 63 estão desaparecidas desde o início do ataque de um grupo islâmico ao shopping Westgate de Nairóbi, no Quênia, no sábado (21), anunciou nesta segunda-feira (23) a Cruz Vermelha local. Anteriormente a organização havia falado em 69 mortos, mas corrigiu o valor ao constatar que alguns corpos foram "contados duas vezes".

A organização não especifica o número de reféns dentre os 63 desaparecidos. A agência Efe fala em dez a 15 reféns, citando informação do presidente da câmara de Comércio e Indústria do Quênia, Laban Onditi.

Após uma série de fortes explosões nesta manhã, imagens do complexo comercial mostram uma grande coluna de fumaça saindo do local.

Forças de segurança fazem nova investida

VEJA A LOCALIZAÇÃO DE NAIRÓBI

Na madrugada desta segunda-feira, as forças de segurança queniana efetuaram uma nova ofensiva contra os islamitas entrincheirados no Westgate de Nairóbi.

Os 'shebab' ameaçaram matar as pessoas que mantêm como reféns.

O grupo Al-Shebab, vinculado à Al-Qaeda, invadiu o local no momento em que muitos quenianos e estrangeiros estavam no local.

O exército queniano informou que a maior parte do complexo está sob controle e que as forças de segurança iniciaram a ofensiva final contra o grupo somali, que poderia estar encurralado em um setor do centro comercial, utilizando os reféns como escudos humanos.

"Nossa preocupação é resgatar todos os reféns vivos e por isto a operação é delicada", afirma um comunicado militar.

Em uma nota divulgada na internet, o porta-voz dos shebab, Ali Mohamud Rage, ameaçou matar os reféns ante a "pressão" exercida por "Israel e outros governos cristãos".

"Autorizamos os mujahedines dentro do edifício a empreender ações contra os prisioneiros", disse.

Saiba mais sobre o grupo islâmico Al-Shabab

  • Grupo responsável pelo ataque ao shopping chegou a controlar boa parte da Somália

Grupo islâmico com base na Somália assume autoria de ataque

O grupo islâmico Al-Shabab assumiu no sábado a autoria do ataque, referindo-se à ação como revide à presença militar queniana em seu país. A rede de TV CNN divulgou que fazem parte do grupo terrorista pessoas da Finlândia, Somália, Canadá, Reino Unido, EUA e Quênia.

Um dos atiradores teria sido ferido e preso e morreu posteriormente por conta de seus ferimentos, segundo afirmaram autoridades locais à BBC. Outros quatro atiradores teriam sido detidos.

Entre as vítimas do ataque estão cidadãos norte-americanos, britânicos, franceses e de países asiáticos, uma vez que o Westgate Mall é bastante frequentando por turistas, estrangeiros que trabalham no país e quenianos de alto poder aquisitivo. As autoridades ainda não divulgaram uma lista completa com os nomes das vítimas.

A França divulgou que as duas vítimas de nacionalidade francesa confirmadas eram mãe e filha e foram mortas no estacionamento do centro comercial.

"Duas de nossas compatriotas foram covardemente atacadas, executadas no estacionamento do shopping quando chegavam para fazer compras", disse Hélène Conway-Mouret, ministra encarregada de cidadãos franceses no exterior. 

Atiradores usaram granadas e fuzis

O grupo entrou no shopping center por volta de meio-dia (6h em Brasília) de sábado, atirando granadas e disparando com fuzis automáticos. Centenas de frequentadores do shopping conseguiram fugir do local; outros vários se esconderam dentro do shopping, onde puderam: cinema, supermercado, lojas.

O ataque é o maior no Quênia desde que uma célula da Al Qaeda no leste da África bombardeou a embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi em 1998, matando mais de 200 pessoas. Em 2002, a mesma célula militante atacou um hotel israelense e tentou derrubar jatos israelenses em um ataque coordenado. (Com agências internacionais)