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Grupo somali assume ataque que matou ao menos 59 em shopping no Quênia

22/09/2013 06h52

Subiu para ao menos 59 o número de mortos em um ataque a um shopping center em Nairóbi, no Quênia, informou neste domingo o governo do país.

Passadas mais de 24 horas desde o início da ação dos atiradores, acredita-se que eles ainda tenham reféns em seu poder no centro comercial Westgate, frequentado pela elite queniana e pela comunidade internacional em Nairóbi. Calcula-se em 175 o número de feridos.

Um alto comandante do grupo militante islâmico somali Al-Shabab assumiu à BBC a autoria do ataque.

O Al-Shabab já havia ameaçado no passado atacar o shopping Westgate. O grupo vem promovendo uma série de ataques no Quênia desde 2011, quando tropas quenianas entraram no sul da Somália para combater os militantes no país vizinho.

Ainda há entre 10 e 15 militantes escondidos dentro do shopping na tarde deste domingo, informou em pronunciamento o presidente do país, Uhuru Kenyatta - que teve um sobrinho e sua namorada mortos no episódio.

Kenyatta disse que a suposta participação do Al-Shabab está sendo investigada e que os responsáveis serão "caçados em qualquer lugar para onde eles corram. Vamos pegá-los e puni-los por esse crime hediondo".

'Zona de guerra'

Uma testemunha, que falou à BBC por telefone de dentro do centro comercial, no sábado, disse que o local parecia "uma zona de guerra".

"Eu e minha mulher havíamos saído do banco do shopping e estávamos sentados em um café quando, de repente, ouvimos tiros sendo disparados do térreo e do primeiro piso", disse Surajit Borkakoty.

Este é o pior ataque no Quênia desde a explosão do prédio da Embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi, em 1998, que matou mais de 200 pessoas.

Em um pronunciamento na TV, o presidente do país, Uhuru Kenyatta, disse que

Cenas de pânico

Os atiradores entraram no shopping por volta das 12h (5h de Brasília), atrirando granadas e disparando com fuzis automáticos.

Centenas de frequentadores do shopping conseguiram fugir do local, mas alguns ficaram presos do lado de dentro.

Arjen Westra, que tomava café no shopping no momento do ataque, disse à BBC ter visto cenas de pânico no local.

"Eu podia ouvir o barulho de tiros se movendo na direção da entrada principal do shopping center, então algumas pessoas saíram correndo do café, em pânico, e muitas se jogaram ao chão", disse.

O analista de segurança da BBC Frank Gardner diz que uma fonte dos serviços de segurança contou a ele que ao menos um dos atiradores era uma mulher, que parecia ter algum posto de liderança no grupo.

Após sete horas desde o início do ataque, o Al-Shabab disse em sua conta no Twitter que seus combatentes ainda enfrentavam as forças de segurança quenianas dentro do shopping Westgate.

Estrangeiros

Especialistas em segurança teriam advertido há tempos que o shopping center, que é ao menos em parte de propriedade israelense, estaria sob risco de um ataque terrorista.

Testemunhas ouvidas pela agência de notícias France Presse afirmaram que os atiradores falavam árabe ou somali.

Outras testemunhas ouvidas por outras agências disseram que eles permitiram que os muçulmanos deixassem o local e disseram que seus alvos eram os não muçulmanos.

Vários estrangeiros podem estar entre as vítimas do ataque. Segundo o superintendente do necrotério de Nairóbi, Sammy Nyongesa Jacob, havia africanos, asiáticos e caucasianos entre os corpos que chegaram ao local.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos disser ter relatos de que cidadãos americanos estariam entre os feridos no que chamou de "ato de violência sem sentido".

A Presidência da França afirmou que dois cidadãos franceses estavam entre as vítimas do ataque, e a Chancelaria do Reino Unido disse que ao menos três cidadãos britânicos morreram no episódio.

O primeiro-ministro do Canadá, Sttephen Harper, confirmou que dois cidadãos de seu país, incluindo um diplomata, estão entre os mortos.