Cidadãos dos EUA foram feridos em ataque no Quênia; grupo Al- Shabaab assume ataque
Cidadãos dos Estados Unidos foram feridos no ataque deste sábado (21) em um shopping center em Nairóbi, capital do Quênia, de acordo com informações do Departamento de Estado norte-americano, que considerou a ação “um ato de violência desmedido”. O grupo islâmico Al- Shabaab, com base na Somália, assumiu em nota a autoria do crime. Reféns são mantidos dentro do shopping há cerca de 11 horas.
"Temos notícias de cidadãos norte-americanos feridos no ataque, e a embaixada dos Estados Unidos está agindo para fornecer assistência", disse, em comunicado, a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf.
Veja a localização de Nairóbi
Ao menos 31 pessoas morreram na ação, segundo fontes da polícia, de acordo com a emissora de TV CNN.
"Condenamos este atentado desmedido no qual homens, mulheres e crianças inocentes foram mortos ou feridos", diz a nota do governo dos EUA, que não deu detalhes sobre os norte-americanos feridos por questões de privacidade.
Por volta de meio-dia (6h, no horário de Brasília), um grupo armado invadiu o Westgate Mall, que fica em uma área nobre de Nairóbi e é frequentado por estrangeiros e quenianos de alto poder aquisitivo. Segundo testemunhas, vários homens usando turbantes pretos atiraram granadas e dispararam contra as pessoas. A princípio, o governo havia confirmado 11 mortes e a Cruz Vermelha, 22. Entre 50 e 60 vítimas ficaram feridas e algumas foram feitas reféns e continuam sob poder dos atiradores, dentro do shopping.
O principal secretário do Interior do Quênia, Mutea Iringo, afirmou no Twitter que “forças especiais estão dentro do prédio evacuando civis” e que “a segurança foi reforçada em outros shoppings da cidade”.
Também pela rede social, o chefe da Polícia Nacional, David Kimaiyo, divulgou que um atirador foi ferido na ação e que outros haviam sido presos. A agência Reuters informou que ao menos uma prisão de um dos suspeitos foi confirmada pela Presidência da República.
"Há a possibilidade de que seja um ataque de terroristas, por isso estamos levando o assunto muito a sério", disse Iringo à Reuters.
Testemunhas disseram a uma TV local que alguns suspeitos trocaram de roupa e deixaram o local com os civis, mas a polícia negou que isso seja verdade.
De acordo com a rede BBC, a polícia pediu para que a imprensa interrompa as transmissões ao vivo no local, e os moradores foram orientados a não se aproximar da área.
Grupo somali Al- Shabaab assume ataque
Segundo agências de notícias e as emissoras de TV CNN e Al Jazeera, o grupo islâmico Al- Shabaab, que teria ligações com a Al Qaeda, assumiu em nota a autoria do crime.
Em 2011 os militantes já haviam ameaçado atacar a capital como forma de protesto pelo envio de tropas quenianas a seu país.
"Os mujahedines entraram ao meio-dia de hoje no Westgate", diz uma mensagem postada no Twitter. "Eles mataram mais de cem infiéis quenianos e a batalha prossegue", afirma a mensagem. "Por muito tempo nós travamos uma guerra contra os quenianos em nossa terra, agora é hora de mudar o campo de batalha e levar a guerra para a sua terra", afirmou o Al-Shabaab na rede social.
Na sexta-feira (20), o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, teve um encontro com o presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, em Washington.
Antes da reunião, Kerry disse: “Os EUA, obviamente, têm se empenhado em ajudar a Somália a lutar contra o terror tribal... e o presidente [do Quênia] e seus aliados têm realmente feito um trabalho incrível em revidar”.
Muçulmanos seriam poupados
Elijah Kamau, que estava no local, afirmou que os atiradores disseram que "os não muçulmanos seriam os alvos e que os islâmicos estavam a salvo".
Segundo relatos, algumas pessoas chegaram a ficar 40 minutos escondidas em lojas e nos banheiros até conseguirem escapar por uma saída nos fundos do shopping.
Manish Turohit, 18, ficou no estacionamento do prédio por duas horas e disse a jornais locais que os atiradores carregavam rifles de assalto AK-47, coletes à prova de bala e granadas.
"Eles entraram e jogaram uma granada. Todos começaram a correr, e eles dispararam enquanto gritavam". (Com agências internacionais)
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