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Casa Branca rejeita proposta da Câmara para subir limite de dívida dos EUA

Do UOL, em São Paulo

15/10/2013 12h39

A Casa Branca rejeitou nesta terça-feira (15) um novo plano apresentado pela Câmara de Representantes dos EUA para tentar evitar um default americano.  O porta-voz da Casa Branca, Amy Brundage, afirmou que o plano é "uma tentativa partidária de agradar a um pequeno grupo dos republicanos do Tea Party, que forçou o fechamento do governo".

Entenda o impasse nos EUA

O Departamento do Tesouro dos EUA ficará, a partir da próxima quinta-feira (17), sem poder cumprir com todos os seus compromissos. Por isso, o Congresso americano precisa votar o quanto antes a lei para elevar o limite do endividamento federal.

Ninguém sabe até que data exata o governo norte-americano conseguirá garantir seus pagamentos. Pode ser a qualquer momento depois de 17 de outubro, em função das variações diárias da tesouraria. Uma estimativa do Escritório do Orçamento situa a data entre 22 e 31 de outubro.

Outro impasse se dá para aprovar um orçamento que permita novos gastos. Democratas e Republicanos não chegaram a acordo no Congresso, e o governo federal está sem permissão para realizar gastos não essenciais desde 1º de outubro - o que fez grande parte do setor público parar de funcionar.

A proposta elaborada pelos republicanos da Câmara modifica o texto que é negociado atualmente do Senado, acrescentando mudanças importantes à lei sobre a saúde impulsionada pelo presidente Barack Obama, segundo a mesma fonte.

Um imposto sobre o equipamento médico instaurado pela lei seria adiado por dois anos, e os legisladores do Congresso seriam privados de subsídios federais que atualmente permitem a eles reduzir o custo de seus seguros de saúde.

Com a rejeição da proposta pela Casa Branca loga após a divulgação de seus detalhes, os republicanos da Câmara seguem por enquanto sem conseguir um acordo sobre um plano próprio que permita reabrir a administração e evitar a moratória. No entanto, eles se comprometeram a seguir trabalhando para alcançar nesta terça-feira uma solução.

Democratas e republicanos negociam acordo hoje

O presidente da Câmara baixa, o republicano John Boehner, disse hoje após uma longa reunião com membros de seu partido que nenhuma decisão foi tomada ainda em relação à legislação da Casa para reabrir o governo e elevar o teto da dívida.

"Há muitas opiniões sobre qual direção seguir. Não há decisões sobre o que exatamente iremos fazer. Mas nós vamos continuar a trabalhar com nossos membros em ambos os lados, para tentar garantir que não haja calote e para reabrir nosso governo", disse Boehner durante uma entrevista a jornalistas, após se reunir com republicanos da Câmara.

"Tenho deixado claro durante meses que a ideia de um calote é errada e que não devemos chegar a nenhum lugar perto disso"

Legisladores americanos tentam chegar a um acordo sobre o orçamento dos EUA e para elevar o teto da dívida americana nesta terça-feira, a dois dias do prazo que marca a entrada do país no default. 

Segundo fontes do partido citadas pela emissora "CNN", Boehner não conseguiu reunir os votos suficientes para realizar nesta tarde uma votação sobre o plano como estava previsto.

Contudo, ainda é possível que os líderes republicanos consigam nas próximas horas o apoio necessário para poder votá-lo.

O Senado, controlado pelos democratas, e a Câmara de Representantes, com maioria republicana, precisam adotar um texto idêntico para que possa entrar em vigor.

O chefe da maioria democrata no Senado, Harry Reid, e o da minoria republicana, Mitch McConnell, evocaram na segunda-feira (14) a possibilidade de uma rápida solução para o conflito que paralisa o Estado federal há duas semanas.

O esforço dos dois líderes de bancada é a última oportunidade para evitar uma interrupção de pagamentos, apesar de o êxito ainda não estar assegurado.

O otimismo era compartilhado pela Casa Branca, mas ainda é preciso superar as resistências de legisladores republicanos, principalmente na Câmara de Representantes, onde o Tea Party, a ala mais radical do partido, se mantém até o momento avesso a qualquer concessão.

Projeto republicano inclui concessões sobre sistema de saúde

Os republicanos da Câmara dos Representantes dos EUA apresentam nesta terça um projeto de lei paralelo ao que está sendo elaborado de forma bipartidária no Senado com o objetivo de reabrir a Administração, fechada parcialmente desde o dia 1º, e evitar cair na moratória a partir desta quinta.

Segundo informaram hoje vários veículos de imprensa americanos, os republicanos da câmara baixa estão trabalhando em um texto que contemplaria o financiamento temporário do governo até 15 de janeiro e elevaria o teto da dívida federal até 7 de fevereiro em troca de atrasar um dos impostos da legislação da saúde durante dois anos.

O projeto dos republicanos, que será submetido a voto amanhã, é inspirado na proposta da senadora republicana Susan Collins na semana passada na câmara alta, e que foi rejeitada pelos democratas por estes entenderem que não devem haver concessões adicionais, como a que se refere à legislação sanitária.

Mercados são afetados pela situação nos EUA

A situação nos Estados Unidos gera preocupação nos mercados e no mundo todo.

Na segunda-feira, os mercados aderiram ao otimismo transmitido pelos legisladores: Londres e Wall Street fecharam em alta, enquanto o dólar resistiu frente ao euro.