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Papa pede solução justa para o conflito entre palestinos e israelenses

Do UOL , em São Paulo

24/05/2014 09h18Atualizada em 24/05/2014 12h24

O papa Francisco afirmou neste sábado (24) na Jordânia que é urgente acabar com o conflito na Síria e pediu uma solução justa para o conflito entre palestinos e israelenses.

O pontífice desembarcou por volta das 7h (horário de Brasília) em Amã, capital da Jordânia, na primeira escala de sua peregrinação à Terra Santa, que nos próximos três dias o levará a seguir os passos de seu antecessor, Paulo 6º, na Palestina e em Israel.

Locais pelos quais o papa Francisco vai passar durante visita à Terra Santa - Arte UOL - Arte UOL
Visita do papa à Terra Santa
Imagem: Arte UOL

Em um discurso realizado ao lado do rei Abdullah 2º, da Jordânia, o pontífice disse "constatar com dor" a tensão que se vive no Oriente Médio, "um conflito muito longo".

"Este grande objetivo [buscar a paz no Oriente Médio] requer que se encontre uma solução pacífica para a crise na Síria, como também para o conflito entre Israel e Palestina", disse ele.

Após o encontro com o rei Abdullah 2º, Francisco celebrou uma missa em um estádio em Amã. No evento, o papa disse que não se pode comprar ou vender a paz, que ela é um "dom" que devemos "construir por meio de gestos grandes e pequenos em nossa vida cotidiana".

"Nós também somos enviados como mensageiros e testemunhas de paz", disse Francisco, fazendo referência aos conflitos que assolam a região do Oriente Médio.  

O caminho da paz se "consolida quando reconhecemos que todos nós temos o mesmo sangue e fazemos parte da raça humana". Ao concluir a homília, o Papa dirigiu seus pensamentos ao "numerosos refugiados cristãos procedentes de Palestina, Síria e Iraque". 

Viagem histórica

A visita do papa à Terra Santa será estritamente religiosa, segundo o Vaticano, mas também terá um importante caráter diplomático.

Francisco repetirá o histórico gesto de Paulo 6º há 50 anos ao se encontrar com o patriarca ecumênico Bartolomeu 1º na delegação apostólica de Jerusalém, "no mesmo cômodo" em que seu antecessor se reuniu pela primeira vez com o então líder ortodoxo Atenágoras 1º.

O papa, assim como fizeram anteriormente João Paulo 2º e Bento 16º, peregrinará pelos lugares simbólicos do cristianismo como o Santo Sepulcro, o Cenáculo, o Monte das Oliveiras e o Rio Jordão, em uma terra onde os cristãos são minoria.

No domingo, irá de helicóptero da capital jordaniana até Belém, onde será recebido pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, e se reunirá com as autoridades, para depois celebrar uma missa ao ar livre na praça da Manjedoura, junto ao local onde, segundo a Bíblia, nasceu Jesus.

Na segunda-feira, o último dia de sua viagem, o papa visitará o grão-mufti de Jerusalém, Amin al-Husayni, no edifício do Grande Conselho na Esplanada das Mesquitas para, em seguida, protagonizar outro momento simbólico: a visita ao Muro das Lamentações.