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Jornalista fotográfico é preso em Ferguson durante cobertura de protesto

O jornalista fotográfico Scott Olson, da agência Getty Images, é detido em Ferguson, enquanto trabalhava - Jeff Roberson/AP
O jornalista fotográfico Scott Olson, da agência Getty Images, é detido em Ferguson, enquanto trabalhava Imagem: Jeff Roberson/AP

Do UOL, em São Paulo

18/08/2014 21h52Atualizada em 19/08/2014 07h23

O jornalista fotográfico Scott Olson, da agência Getty Images, foi detido nesta segunda-feira (18) em Ferguson, no Estado do Missouri (EUA), enquanto trabalhava na cobertura de um protesto motivado pela morte de um adolescente negro por um policial.

Policiais rodoviários do Missouri tentavam impedir que manifestantes se reunissem em uma área patrulhada por eles quando prenderam Olson. Segundo o “Guardian”, a alegação dos oficiais foi a de que o fotógrafo “não atendeu ao pedido de sair do local”. Ele estava do outro lado da rua onde havia uma “área de imprensa”.

Várias testemunhas publicaram fotos e vídeos do momento em que Olson foi preso em redes sociais. Em um dos vídeos, ele aparece falando “estou sendo preso porque estava em certa área” e se identifica como profissional da Getty Images, enquanto um policial repete “continue andando, continue andando”. 

Olson é o terceiro jornalista detido durante a cobertura dos protestos em Ferguson. Na semana passada, Ryan J. Reilly, do site “Huffington Post”, e Wesley Lowery, do jornal “Washington Post”, permaneceram presos “durante horas”. Eles foram liberados sem serem indiciados.

Em comunicado, o vice-presidente de Notícias da Getty Images, Pancho Bernasconi, disse que a empresa “apoia firmemente o colega Scott Olson e o direito de reportar o que ocorre em Ferguson”. “Estamos trabalhando para libertá-lo o mais rápido possível”.

“Nos opomos fortemente à sua prisão e estamos comprometidos a garantir que ele possa retomar seu importante trabalho de capturar as imagens mais icônicas dessa notícia”, completa Bernasconi.

A polícia de Ferguson ainda não comentou a detenção do fotógrafo.

Obama critica excessos policiais

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou o envio do secretário de Justiça, Eric Holder, à cidade de Ferguson. Durante a declaração, Obama criticou excessos cometidos pela polícia ao reprimir protestos e pediu "fim das hostilidades".

Obama pediu ainda à população de Ferguson que tente “curar as feridas, em vez de continuar com a agressão mútua”, em referência a ataques às forças policiais e saques que têm ocorrido.

“Todos vimos as imagens de protestos e da ação das forças policiais. Está claro que a maioria das pessoas estava protestando pacificamente, mas uma minoria, não. Eles carregavam armas e praticavam saques”, disse o presidente norte-americano, acrescentando que ainda assim “não há desculpa para excessos policiais”.

A missão do procurador-geral, frisou Obama, será também encontrar uma saída pacífica junto aos moradores revoltados com a ação policial. “Vamos tentar fazer algum progresso para unir a todos, entender todos, e não simplesmente nos dividir”, completou.

Guarda Nacional intervirá

O governador do Estado norte-americano de Missouri, Jay Nixon, anunciou nesta segunda-feira (18) o envio da Guarda Nacional para Ferguson, a fim de restaurar a calma na cidade. Apesar da onda de violência, Nixon retirou o toque de recolher de meia-noite às 5h (horário local), que vigorou durante dois dias.

O anúncio ocorre após autoridades terem usado a força para dispersar uma multidão que protestava no domingo em horário próximo ao início do toque de recolher.

O governador Nixon assinou uma ordem executiva para mobilizar as forças de reserva dos EUA, dizendo que manifestantes haviam lançado coquetéis molotov. "Esta noite, um dia de esperança, orações e protestos pacíficos, foi prejudicada por atos violentos criminosos de indivíduos criminosos organizados e crescentes em número, muitos de fora da comunidade e do Estado, cujas ações estão colocando os habitantes e o comércio de Ferguson em risco", disse Nixon em comunicado em seu site.(Com agências)