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Confrontos se espalham após júri liberar policial que matou jovem negro nos EUA

Do UOL, em São Paulo

25/11/2014 09h18Atualizada em 25/11/2014 09h18

Protestos se multiplicaram no Estado americano de Missouri depois que um júri decidiu não acusar o policial Darren Wilson pela morte do jovem negro Michael Brown, de 18 anos, em agosto passado.

Manifestantes queimaram veículos e edifícios e saquearam lojas. A polícia usou gás lacrimogêneo para tentar conter os manifestantes.

O presidente americano, Barack Obama, afirmou em um pronunciamento na segunda-feira que a raiva da população com a decisão judicial é "compreensível", mas pediu que os protestos fossem realizados de maneira pacífica. Também solicitou à polícia que lide com as manifestações com "cuidado e moderação".

Mesmo assim, diversos estabelecimentos comerciais foram saqueados e ao menos uma loja de departamentos, um restaurante, uma farmácia e um carro da polícia foram incendiados.

Segundo a polícia, ao menos 29 pessoas foram detidas.

Tropas de choque equipadas com blindados para controle de multidões lançaram jatos d'água e bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral contra a multidão. Os manifestantes arremessaram pedras e garrafas em direção às forças policiais. Os conflitos se estenderam pela madrugada.

O jovem Michael Brown foi morto por Darren Wilson em 9 de agosto, durante uma ação policial na cidade de Ferguson. O episódio deu início a uma semana de intensos conflitos entre manifestantes e policiais.

O caso deu início a um processo judicial que culminou na noite da segunda-feira (madrugada de terça-feira no Brasil) com a decisão de um júri por não acusar o policial.

Segundo a polícia local, as manifestações iniciadas na noite de segunda-feira são "muito piores que a pior noite que tivemos em agosto". Mais de 150 disparos de armas de fogo teriam sido registrados.

"Precisamos aceitar que essa decisão era do júri. Há americanos que concordam com ela e há americanos que estão profundamente desapontados, até irritados. É uma reação compreensível", disse Obama.

Obama disse que ainda há muitas partes do país onde há profunda desconfiança entre os agentes da lei e as comunidades negras, e que é preciso tomar medidas para melhorar a situação, como aumentar o número de pessoas de minorias que entram na polícia.

"Parte disso é resultado de discriminação racial neste país e isso é trágico, porque ninguém precisa de um bom policiamento mais do que as comunidades pobres com índices de violência mais altos. A boa notícia é que nós sabemos que há coisas que podemos fazer", disse Obama. (Com agências internacionais e a BBC)