Suspeitos por atentado à revista constam em listas antiterrorismo dos EUA
Os nomes dos irmãos suspeitos pelo atentado à “Charlie Hebdo”, que matou 12 pessoas, constam em listas antiterrorismo do governo norte-americano. Agências de inteligência da França e Estados Unidos também detêm dados que ligam um dos suspeitos à Al Qaeda no Iêmen.
Funcionários do alto escalão do governo americano reveleram à emissora "CNN" e ao jornal "New York Times" que Said Kouachi, 34, viajou ao Iêmen em 2011 pela filial do grupo extremista Al Qaeda. Said teria passado meses no país, recebendo treinamento para usar armas de combate como as utilizadas no ataque contra a revista francesa, e em como usar armas e fazer bombas.
A informação foi dada por fontes oficiais dos EUA sob anonimato ao canal televisivo, que fizeram a ressalva de que “muitos dados” sobre a viagem precisavam ser confirmados.
Já a “NBC” afirma que os nomes dos dois irmãos constavam em uma lista de “no-fly” (pessoas cujos voos aos Estados Unidos são proibidos) “durante anos” por suspeita de envolvimento com terrorismo. Essa “lista negra” contém cerca de 47 mil nomes. A informação foi dada ao canal por um oficial do Departamento de Segurança Interna.
Outra base de dados do governo norte-americano que continha os nomes dos dois irmãos era a TIDE (sigla do sistema central de dados sobre identidades de terroristas dos EUA), segundo o “Yahoo News”. No TIDE estão cadastrados mais de 1 milhão de nomes de pessoas com possível envolvimento com terrorismo.
O outro irmão, Chérif Kouachi, 32, já tinha sido preso na França em 2005 por conexão com um grupo que convocava jovens jihadistas para combate no Iraque. Ele foi julgado e condenado a três anos de prisão em 2008, dos quais cumpriu 18 meses até ser libertado em condicional.
Isso demonstra que tanto a França como Estados Unidos tinham conhecimento sobre o envolvimento dos irmãos com células terroristas. Mesmo assim, escaparam da vigilância das autoridades e conseguiram atacar a sede da “Charlie Hebdo”.
Ambos permanecem foragidos e são procurados pelas autoridades francesas no norte do país. Um contingente de 88 mil agentes na França foi destacado para atuar nas buscas e segurança contra novos atentados. (Com agências internacionais)
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