Com bala no abdômen, brasileiro preso no Peru pode voltar ao hospital
O brasileiro Asteclínio da Silva Ramos Neto, ferido em um acidente aéreo em abril na região de Satipo, no Peru, poderá voltar a um hospital do país nos próximos dias. A informação é da assessoria de imprensa do Itamaraty, que está acompanhando o caso com a embaixada brasileira em Lima. Desde o acidente, Asteclínio está detido e sob a custódia do Exército peruano, que investiga se o piloto de Curitiba tem algum envolvimento com tráfico de drogas.
Na época do acidente, a família e a imprensa peruana afirmou que Ramos Neto foi ferido em operação militar enquanto trabalhava como piloto particular, tendo o colombiano Carlos Andrés Giraldo Velasco como copiloto. Já o Exército do país disse inicialmente que o avião já estava caído quando chegou ao local. A acusação se deu porque a região onde estava a aeronave, na cidade peruana de Rio Tambo, é conhecida por ser rota do tráfico de entorpecentes.
No entanto, a hipótese de abatimento do avião por parte do Exército foi reforçada após a revelação de novos indícios. Fotos mostram que as marcas de tiros na fuselagem do avião e no corpo dos atingidos são horizontais, como se tivessem vindo de outra aeronave. Asteclínio teve ferimentos causados por balas no tórax e no braço, enquanto Velasco se feriu na perna e continua internado.
O brasileiro ficou internado por cerca de um mês e depois foi preso em uma cela comum na penitenciária de Satipo, onde está até o momento O presídio é considerado um dos mais lotados do Peru, de acordo com a imprensa local.
Apesar de o Exército do Peru não ter encontrado nenhuma evidência física de armas, drogas ou dinheiro advindo de crimes, a prisão preventiva foi mantida devido a uma suposta declaração de Velasco enquanto foi atendido, após o acidente. Segundo o advogado de Asteclínio, Rodrigo Faucz, a polícia teria ouvido do copiloto que o veículo estava lá por causa de drogas, mas o colombiano nega que disse isso. Faucz e a mãe do paranaense foram visitá-lo no final de maio.
Outras questões em aberto no caso vêm do suposto passageiro que teria contratado o voo. Identificado apenas como Jorge (ambos dizem não saber o sobrenome dele), ele era aguardado para encontrar Asteclínio e Carlos em Satipo, mas não apareceu. Foi após alçarem voo novamente que se envolveram no acidente. O paradeiro do passageiro é desconhecido pela polícia do Peru.
O brasileiro estava atualmente morando na Bolívia, onde estudava medicina, e um amigo teria lhe oferecido o serviço como piloto. Ele não possuía antecedentes criminais.
Saúde delicada
O estado de saúde de Asteclínio é considerado estável, mas o advogado e a família afirmam que ele está 20 quilos mais magro, com dificuldades de se locomover, dormir e respirar. O projétil de calibre grosso (7,62 mm) continua alojado no abdômen, próximo a coluna. Com o ferimento, ele também perdeu parte do abdômen.
"Sua situação poderá ser agravada a qualquer momento e se isso ocorrer a responsabilidade será do Estado peruano, pois o feriu gravemente e continua sem dar assistência médica adequada", diz Faucz.
Segundo o Itamaraty, a embaixada brasileira em Lima tem feito contato com o ministério do Interior do Peru com sucessivos pedidos para transferir o brasileiro a uma unidade de saúde que tenha condições de realizar exames e procedimentos mais completos. A expectativa é de que seja transferido no começo da semana que vem.
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