Alemanha propõe exigência de exame toxicológico em pilotos
O grupo de trabalho criado na Alemanha para analisar a segurança dos aviões após a catástrofe da Germanwings defendeu nesta terça-feira (30) a inclusão de testes de consumo de álcool, drogas e remédios logo no primeiro exame médico dos pilotos e propôs a realização de controles aleatórios posteriores.
As propostas fazem parte do relatório provisório apresentado hoje no Ministério de Transportes alemão pelo grupo, composto por especialistas desse departamento, a Federação Alemã da Indústria da Aviação (BDL), companhias aéreas, sindicato de pilotos, médicos e psicólogos.
A comissão começou a trabalhar em abril depois que o copiloto Andreas Lubitz, em tratamento médico por problemas psiquiátricos, derrubou um Airbus 320 da companhia Germanwings em 24 de março, com 150 pessoas a bordo nos Alpes franceses, quando cobria a rota Barcelona/Düsseldorf.
O relatório provisório destacou a importância dos controles médicos e sugeriu a implantação de testes padronizados de drogas e remédios para os pilotos, além da realização de controles aleatórios obrigatórios.
O documento considerou como essencial contar com serviços especiais de atendimento e de auxílio nas companhias aéreas que os membros da tripulação possam procurar caso temam que eles ou algum de seus companheiros possam ter um problema psíquico.
Junto aos aspectos médicos, os especialistas analisaram as atuais medidas de segurança nas cabines, já que Lubitz, segundo as investigações da promotoria, fechou internamente a porta se aproveitando do fato de o piloto ter saído e impediu que este voltasse.
Segundo o relatório, em curto prazo devem ser mantidos os atuais sistemas que impedem a entrada de pessoas não autorizadas às cabines. Em longo prazo, propõe estudar modificações no projeto das aeronaves para testar a possibilidade de estabelecer uma zona de segurança entre a parte destinada aos passageiros e a porta da cabine dos pilotos.
Os especialistas defenderam ainda a "recomendação provisória" emitida pela Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA) para que sempre haja pelo menos duas pessoas da tripulação na cabine de voo.
As propostas do relatório serão entregues às autoridades europeias e internacionais competentes para estudo.
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