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Avião russo cai no Egito com 224 pessoas a bordo

Do UOL, em São Paulo

31/10/2015 07h11Atualizada em 31/10/2015 17h39

Um avião russo caiu na península do Sinai, no Egito, neste sábado (31), minutos após a decolagem, com 217 passageiros e sete tripulantes a bordo. Todos os ocupantes da aeronave morreram, anunciou a embaixada da Rússia no Cairo. As causas do acidente ainda são desconhecidas.

O avião, um Airbus A321-200 da companhia Kogalimavia (conhecida como Metrojet), decolou às 5h51 (1h51 no horário de Brasília) da região turística de Sharm el-Sheikh, no mar Vermelho, com destino a São Petesburgo, na Rússia, onde deveria aterrissar pouco depois do meio-dia local (7h de Brasília). A maioria dos passageiros era formada por turistas russos.

O órgão de aviação russo Rosaviatsiya afirmou, em nota oficial, que o avião deixou de fazer contato com o controle aéreo do Chipre 23 minutos após a decolagem e desapareceu do radar em seguida. Neste momento, o aparelho estava a 30 mil pés de altitude (9.144 m). O comandante do avião queixou-se de uma falha técnica nos equipamentos de comunicação.

A autoridade de aviação civil do Egito confirmou que destroços do avião foram localizados numa área montanhosa na região de Hassana, ao sul da cidade de Arish, norte do Sinai.

Membros das equipes egípcias de busca e resgate encontraram mais de cem corpos, incluindo de cinco crianças, em meio aos destroços, disse um oficial no local à agência de notícias Reuters.

"Agora vejo uma cena trágica. Um monte de mortos no chão e muitos morreram ainda atados a seus assentos", afirmou o oficial, que pediu anonimato.

"O avião foi dividido em dois, uma parte pequena na extremidade da cauda que queimou e uma parte maior que colidiu com uma rocha. Tiramos pelo menos cem corpos e o resto ainda está no interior", acrescentou.

Segundo a Airbus, a aeronave tinha 18 anos e vinha sendo operada pela Metrojet desde 2012. O avião tinha acumulado cerca de 56 mil horas de voo em quase 21 mil voos.

Parentes choram

O presidente russo, Vladimir Putin, expressou suas "profundas condolências" às famílias das vítimas e ordenou o envio de equipes de emergência russas para o local da queda.

"Estou esperando os meus pais. Eu falei ao telefone com eles quando já estavam no avião, e então ouvi as informações [do acidente]", lamenta Ella Smirnova, uma jovem de 25 anos de idade no aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo.

"Vou continuar a esperar até o final. Espero que estejam vivos, mas talvez nunca mais voltarei a vê-los", declarou em meio a outros passageiros à beira das lágrimas.

Estado Islâmico diz que derrubou; Rússia nega

Uma facção egípcia do grupo jihadista EI (Estado Islâmico) afirmou, via Twitter, ser responsável pela queda do avião. "Os soldados do Califado foram capazes de derrubar um avião russo na província do Sinai que transportava mais de 220 cruzados que foram todos mortos" (sic), afirma o grupo extremista em um comunicado publicado em suas contas no Twitter, indicando ter agido em retaliação à intervenção russa na Síria.

Minutos após a divulgação da informação, o ministro dos Transportes russo, Maxim Sokolov, declarou que o avião não poderia ter sido derrubado por um míssil disparado pelos jihadistas. "Essas informações não podem ser consideradas verdadeiras", disse à agência de notícias russa Interfax.

"Estamos em contato com nossos colegas do Egito e as suas autoridades de tráfego aéreo, e eles não têm nada que poderia confirmar tais afirmações", afirmou. (Com agências internacionais)