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Invasão de militantes islâmicos em hotel do Mali deixa ao menos 27 mortos

Do UOL, em São Paulo

20/11/2015 08h32Atualizada em 20/11/2015 20h42

Pelo menos 27 pessoas foram dadas como mortas nesta sexta-feira (20) depois que forças de segurança do Mali invadiram um hotel tomado por islâmicos armados para resgatarem 170 pessoas, muitas delas estrangeiras, presas no edifício.

O grupo jihadista Al Mourabitoun, aliado da Al Qaeda e sediado no norte desértico da ex-colônia francesa, assumiu a responsabilidade pelo ataque. O Mali vem combatendo rebeldes islâmicos há anos.

Mais de sete horas após a incursão inicial, uma fonte de segurança declarou o encerramento do drama, que ainda incluiu a morte de dois militantes.

Uma autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que tropas pacificadoras que empreenderam buscas no hotel fizeram uma contagem preliminar de 27 corpos, segundo a agência Reuters.

A televisão estatal mostrou soldados brandindo rifles de assalto AK-47 no saguão do Radisson Blu, um dos hotéis mais requintados da capital Bamako e um dos preferidos dos visitantes estrangeiros. Um corpo jazia sob um cobertor marrom no fim de um lance de escadas.

As tropas pacificadoras viram 12 cadáveres no subsolo do hotel e outros 15 no segundo andar, disse o funcionário da ONU à Reuters sob condição de anonimato. Ele acrescentou que as tropas da ONU ainda auxiliam as autoridades do país a fazerem buscas no hotel.

Um homem que trabalha para um parlamento regional da Bélgica está entre os mortos, informou a legislatura.

O ministro da Segurança Interna, coronel Salif Traoré, afirmou que os agressores romperam uma barreira de segurança às 7h do horário local, cobrindo a área de tiros e gritando "Allahu Akbar", "Deus é grande", em árabe.

Os ataques são uma afronta à França, que mantém 3.500 soldados no norte do Mali para tentar restaurar a estabilidade depois de uma rebelião de tuaregues em 2012 que mais tarde foi absolvida por militantes da Al Qaeda.  

 

Grupo ligado a Al Qaeda assumiu ataque

O grupo militante islâmico al Mourabitoun, ligado a Al Qaeda, teria assumido a responsabilidade pelo sequestro por meio de uma rede social, mas a informação ainda não foi confirmada.

O Radisson Blu é um conhecido local para estrangeiros se hospedando na capital do Mali, que tem cerca de dois milhões de habitantes. 

Entre os libertados do sequestro estão cidadãos de diversas nacionalidades: 20 indianos; 12 franceses; 7 argelinos; 6 norte-americanos; 6 turcos; 6 chineses; 2 alemães; e 1 guineense. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que não havia nenhum brasileiro no local. 

A companhia aérea Air France divulgou uma nota confirmando que 12 integrantes de sua equipe de tripulação estavam entre os removidos do local e eram mantidos em segurança. "Por medida de precaução, os voos da Air France de e para Bamako nesta sexta-feira foram cancelados", afirmou a emrpresa.

Apoio da França

O governo da França considera que a situação é um "ataque terrorista" e divulgou um número telefônico de urgência: 01 45 50 34 60.

De acordo com um porta-voz da Guarda Nacional, cerca de 40 homens do GIGN (Grupo de Intervenção da Guarda Nacional, de elite) e uma dezena de especialistas do instituto de buscas criminais foram enviados hoje ao Mali.

A embaixada dos Estados Unidos no Mali lançou pelo menos quatro mensagens de segurança, pedindo que os cidadãos norte-americanos no país façam contato com suas famílias e se mantenham abrigados em locais seguros.

A orientação a eles é que acompanhem o andamento das operações pela imprensa local e sigam as instruções das autoridades do Mali. (com jornais e agências internacionais)