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FBI investiga tiroteio na Califórnia (EUA) como "ato de terrorismo"

Do UOL, em São Paulo

04/12/2015 17h37Atualizada em 04/12/2015 20h07

David Bowdich, diretor-adjunto do escritório do FBI (a polícia federal americana) de Los Angeles, na Califórnia, disse nesta sexta-feira (4) que o órgão está investigando o tiroteio ocorrido na quarta-feira (2) em San Bernardino como um "ato de terrorismo". O ataque deixou 14 mortos e 21 feridos.

Ele também disse que os atiradores tentaram destruir evidências, incluindo dois celulares que foram jogados numa lata de lixo. As autoridades continuam investigando o caso para entender a motivação dos atiradores e se eles estavam planejando mais ataques. "Temos provas que nos levaram a entender que havia um plano mais extenso", afirmou.

"Temos uma longa e complicada investigação pela frente. Estamos preparados para lidar com qualquer ameaça que possa ocorrer", disse Bowdich.

A agência de notícias do Estado Islâmico Aamaq disse hoje que os dois atiradores eram "apoiadores do grupo", mas não chegou a reivindicar o ataque. Bowdich disse que não estava surpreso que o EI estivesse tentando se ligar ao ataque, mas afirmou que os investigadores estão procurando determinar com cuidado se há uma conexão com o grupo.

O diretor-geral do FBI, James Comey disse que os dois suspeitos apresentavam sinais de radicalização, mas que não faziam parte de uma rede mais ampla. O casal não aparecia no radar do FBI antes de quarta-feira.

Na quinta-feira (3), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que é "possível" que o tiroteio estivesse relacionado com o terrorismo, e garantiu que o FBI chegará "até o fundo" do incidente.

"É possível que estivesse relacionado com o terrorismo, mas ainda não sabemos. É possível que estivesse relacionado com o local de trabalho (de um dos autores do tiroteio)", disse Obama em uma declaração à imprensa no Salão Oval da Casa Branca. "Neste momento não sabemos ainda por que ocorreu este terrível incidente", declarou Obama.

Fidelidade ao Estado Islâmico

A mulher que atuou ao lado do marido no tiroteio havia jurado fidelidade ao Estado Islâmico em um post no Facebook, afirmaram investigadores ao "The New York Times" e à CNN.

No entanto, não há provas de que o grupo radical islâmico tenha orientado Tashfeen Malik ou seu marido, Syed Rizwan Farook, no ataque. O ataque foi o incidente mais mortal com armas de fogo nos Estados Unidos em três anos.

"Acreditamos que eles se 'autoradicalizaram' e se inspiraram no grupo", afirmou um dos investigadores.

A postagem, cujo teor exato não foi divulgado, foi apagada do Facebook. Ela teria sido publicada momentos antes do ataque.

Malik, 27, nasceu no Paquistão mas havia vivido recentemente na Arábia Saudita. Farook, 28, era cidadão americano nascido no Estado de Illinois, mas seus pais eram do Paquistão.

O casal atacou após uma festa de fim de ano no centro de assistência a portadores de deficiência Inland Regional Center, onde Farook trabalhava.

Eles possuíam munição e bombas suficientes para matar centenas de pessoas. Vestindo uniformes pretos de combate, ambos usaram ao menos 75 cartuchos de munição dentro do auditório. Eles foram mortos mais tarde num tiroteio com a polícia. (Com agências internacionais)