Rainha Elizabeth aceita renúncia de Cameron e confirma Theresa May como premiê
O Palácio de Buckingham divulgou um comunicado na tarde desta quarta-feira (13) informando que a rainha Elizabeth 2ª aceitou a renúncia do primeiro-ministro David Cameron, após um rápido encontro entre os dois. Em seguida, ela recebeu Theresa May, que foi oficializada como a nova premiê britânica, e chancelou a ex-ministra do Interior como nova chefe de governo.
Logo depois do encontro com a rainha, May fez um discurso em frente ao número 10 de Downing Street, residência oficial do premiê britânico, e prometeu lutar contra a injustiça social no país.
"Hoje, se você é negro, é tratado de forma mais dura pelo sistema criminal do que se você é branco. Se você é branco, um garoto da classe operária, você tem menos chances do que os outros de ir à universidade. Se você é mulher, você ainda ganha menos do que um homem. Se você tem problemas de saúde mental, não há muitas ajudas disponíveis", discursou.
Em seguida, May disse que seu governo não será direcionado aos ricos e privilegiados, e sim ao povo britânico.
Antes, na manhã desta quarta, May ficou ao lado de Cameron no Parlamento britânico para acompanhar o último discurso do ex-líder do Partido Conservador --cargo que já é ocupado pela nova premiê. Muito aplaudido pelos parlamentares, Cameron aconselhou May a permanecer o mais perto possível da União Europeia.
Depois do discurso, Cameron seguiu para a residência oficial do primeiro-ministro e concedeu um novo pronunciamento, enaltecendo os feitos de seu governo e dizendo que a maior honra de sua vida foi ter sido primeiro-ministro do Reino Unido, "um país que tanto ama". Acompanhado da mulher e dos três filhos, Cameron foi então ao Palácio de Buckingham entregar a renúncia à rainha.
Nova "Dama de Ferro"?
Theresa May é a primeira mulher premiê do Reino Unido desde Margaret Thatcher, que deixou o posto há 26 anos. De acordo com a imprensa britânica, a composição de seu governo e gabinete também será majoritariamente de mulheres, já que May tem como meta reequilibrar a disparidade de gênero.
May é considerada por muitos uma nova "Dama de Ferro", que terá pela frente como desafio conduzir a saída do Reino Unido da União Europeia e unir seu partido conservador e um país profundamente divididos pelo Brexit.
A tarefa é gigantesca, mas Theresa May acabou por se destacar como a única capaz de gerar consenso.
Apesar de ser eurocética por convicção, no início do ano decidiu se manter fiel ao primeiro-ministro David Cameron e defender a permanência do país na União Europeia (UE).
Mas, se ela limitou-se a advogar pela causa o mínimo necessário, por outro lado continuou insistindo sobre a necessidade de reduzir a imigração, tema preferido entre os pró-Brexit, tornando-se alguém bem vista para ambos os grupos.
Theresa May, casada e com 59 anos, está na ala mais à direita do Partido Conservador. No entanto, durante a campanha para o referendo abordou alguns temas sociais tentando conquistar os eleitores e também romper com a imagem de frieza.
No ministério do Interior, que ela ocupava desde 2010, adotou uma linha muito firme em temas como a delinquência, imigração ilegal ou pregadores islâmicos.
Filha de um pastor anglicano, Theresa Brasier nasceu em 1º de outubro de 1956 em Eastbourne, cidade costeira do sudeste da Inglaterra. Após estudar na Universidade de Oxford, onde conheceu seu marido Philip, teve uma breve passagem pelo Banco da Inglaterra e iniciou sua carreira política em 1986, quando foi eleita vereadora do distrito londrino de Merton.
Após duas derrotas em eleições legislativas, foi eleita em 1997 deputada conservadora pelo próspero distrito de Maidenhead, em Berkshire (sul da Inglaterra).
De 2002 a 2003 foi a primeira mulher a ocupar o cargo de secretária-geral do Partido Conservador.
De 1999 a 2010 ocupou diversos cargos no gabinete de porta-vozes conservadores, quando o partido esteve na oposição.
Com a eleição de Cameron para primeiro-ministro em 2010, foi designada ministra do Interior, cargo que ocupou por seis anos.
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