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Putin e Duterte parabenizam Trump pela vitória; veja a reação dos políticos

John Locher/AP
Imagem: John Locher/AP

Do UOL, em São Paulo

09/11/2016 07h43Atualizada em 09/11/2016 11h11

A vitória do republicano Donald Trump já está repercutindo no mundo político. O novo presidente dos Estados Unidos já recebeu os parabéns do presidente russo Vladimir Putin e da primeira-ministra britânica, Theresa May, que disse que o Reino Unido e os EUA "continuarão parceiros fortes e próximos".

A gerente de campanha do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, Kellyanne Conway, disse que o presidente Barack Obama já telefonou para Trump após a vitória. Conway disse à CNN que os dois tiveram "uma boa conversa" e se encontrarão em breve em Washington. A Casa Branca ainda não se pronunciou, mas já havia dito que manteria espaço na agenda de Obama esta semana para uma reunião e trabalharia com qualquer um dos candidatos que vencesse para avançar com a transição do poder.

Além deles, o polêmico presidente filipino, Rodrigo Duterte, reconheceu o magnata como novo líder americano.

O presidente francês François Hollande declarou que a vitória do republicano abre um período de incertezas. "Neste contexto, precisamos de uma Europa unida, capaz de fazer ouvir sua voz e de promover suas políticas onde os seus interesses e valores estejam em jogo", afirmou em um discurso transmitido pela televisão. "Devemos ter consciências das inquietudes pelas desordens mundiais em todos os povos, incluindo o povo americano, a primeira potência mundial. Devemos encontrar as respostas e elas devem ser capazes de superar os medos", acrescentou, para depois felicitar Trump pela vitória "como é comum entre os chefes de Estado democráticos". "O que está em jogo é a paz, a luta contra o terrorismo, a situação no Oriente Médio, as relações econômicas e a preservação do planeta", concluiu.

Já a ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen, teria descrito o resultado da eleição como "extremamente chocante", enquanto o ministro alemão das relações exteriores falou em "tempos mais difíceis" com Trump.

O Ministério Japonês de Finanças, o Banco do Japão (Boj) e a Agência de Serviços Financeiros (FSA) do país asiático convocaram para esta quarta-feira (9) uma reunião de emergência perante a possível vitória do republicano. Representantes dos três organismos devem reunir-se em Tóquio após o fechamento da Bolsa de Tóquio, que chegou a perder nesta quarta mais de 6%. 

O ministro de relações internacionais do Irã pediu que o presidente eleito respeite os acordos internacionais. Enquanto o ministro da Educação israelense, membro da coalizão governamental e chefe das fileiras do lobby dos colonos judeus, afirmou que a ideia de criar um Estado palestino coexistente com Israel está superada depois da vitória de Trump. "A vitória de Trump oferece a Israel a possibilidade de renunciar imediatamente à ideia da criação de um Estado palestino", afirmou, em um comunicado, Naftali Bennett. "Esta é a posição do presidente eleito e esta deve ser nossa política. A era de um Estado palestino ficou para trás", concluiu.

O rei Salman da Arábia Saudita desejou que Trump leve "estabilidade" ao Oriente Médio, palco de conflitos armados, em um telegrama de felicitações ao presidente eleito dos EUA. "Desejamos à vossa excelência sucesso em sua missão de alcançar a segurança e a estabilidade na região do Oriente Médio e no mundo", escreveu o soberano na primeira reação de Riad.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, chamou a atenção para a eleição do republicano como presidente da primeira potência militar da Aliança Atlântica. "Enfrentamos um novo clima de segurança desafiador, incluindo guerra híbrida, ciberataques, a ameaça de terrorismo. A liderança dos Estados Unidos é mais importante do que nunca", disse em comunicado.

Já a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, escreveu no Twitter que agora era a hora de quem acredita "em tolerância e diversidade" de manifestar os valores que defendem e ressaltou que, apesar das críticas, gostaria de dizer "como uma mulher, simplesmente isso: obrigada @ HillaryClinton. Sua candidatura foi um marco para as mulheres". 

Extrema direita comemora

A líder do partido ultradireitista francês Frente Nacional (FN), Marine le Pen, foi a primeira política a felicitar Donald Trump publicamente. "Parabéns ao novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao povo americano, livre!", tuítou.

O líder do partido italiano de extrema-direita Liga Norte, Matteo Salvini, afirmou que a vitória do republicano significa "a revanche do povo" contra os banqueiros, os especuladores, as pesquisas e os jornalistas.

"O povo ganha os poderes fortes por 3 a 0", disse o líder do partido xenofóbico italiano em entrevista à emissora oficial da Liga Norte, "Radio Padania".

O político italiano, que pretende liderar a direita italiana nas próximas eleições em seu país, afirmou que depois desta vitória dos republicanos nos EUA e do Brexit (a saída do Reino Unido da UE), "é o momento para ser ousado". Salvini publicou no Twitter a mensagem "agora cabe a nós", acompanhada de uma foto colorida na qual ele aparece com Donald Trump confrontada com outra em preto e branco do primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, com Barack Obama.

Enquanto isso no Brasil...

O presidente Michel Temer disse nesta quarta-feira (9) que a vitória de Trump não muda em nada a relação entre o Brasil e os Estados Unidos. 

"Tenho dito que a relação do Brasil com os Estados Unidos e os demais países é institucional, ou seja, de Estado para Estado. É claro que o novo presidente [norte-americano] que assume terá de levar em conta as aspirações de todo o povo americano. Tenho certeza que não muda nada na relação Brasil e EUA", declarou ele,em entrevista à rádio Itatiaia.

O deputado Jair Bolsonaro (PSC) foi um dos primeiros a comemorar a vitória de Trump:

Já o deputado Jean Wyllys (PSOL) lamentou o resultado das eleições nos EUA:

(Com agências internacionais)