Conteúdo publicado há 7 meses

Jovem que matou família foi frio e se espantou com apreensão, diz delegado

O adolescente de 16 anos que confessou ter assassinado a própria família na zona oeste de São Paulo demonstrou um comportamento "frio", mas ficou "espantado" ao ser informado que seria apreendido e levado para a Fundação Casa.

O que aconteceu

Adolescente estava "tranquilo" no momento da apreensão e não demonstrou sentir "remorso". "Ele relatou com tranquilidade o que houve. É difícil para a gente imaginar que você mata os seus pais e tem essa tranquilidade para falar", disse o delegado Roberto Afonso, em coletiva nesta terça-feira (21).

Delegado explicou que primeiro ele atirou contra o pai, em seguida matou a irmã e esperou a mãe chegar em casa para executá-la. "Tem um espaçamento de tempo [entre as mortes], então ele poderia ter desistido em algum momento", destacou Afonso.

Adolescente se assustou ao ser informado que iria para a Fundação Casa. "Ele tomou um susto, foi uma surpresa, ele se espantou com isso. A gente não sabe se ele estava fora de uma realidade com relação à detenção", informou o delegado.

Jovem praticou ato infracional similar a triplo homicídio qualificado, vilipêndio de cadáver e porte de uso restrito de arma de fogo. Por se tratar de um menor de 18 anos, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) estipula o prazo de internação pelo período máximo de três anos como medida socioeducativa.

O celular e o computador do jovem foram apreendidos para serem periciados. Os investigadores vão analisar se o jovem participava de algum grupo extremista em plataformas virtuais e se chegou a comentar do crime com outras pessoas, para eventual responsabilização de terceiros.

Entenda o caso

O adolescente de 16 anos matou pai, mãe e irmã dentro de casa na noite de sexta-feira (17), em São Paulo. Adolescente usou arma do pai, que era Guarda Civil Municipal, para matar a família. Eles foram mortos dentro de casa, na zona oeste de SP.

Ele diz que matou os pais porque estava com raiva. Adolescente contou à polícia que foi xingado de "vagabundo" pelos pais na quinta-feira (16) e ficou sem acesso ao celular e a um computador que usava. Depois da discussão, ele planejou as mortes, de acordo com o boletim de ocorrência obtido pelo UOL.

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Irmã foi morta porque estava na casa, diz adolescente. Após atirar no pai, o jovem subiu ao andar superior do imóvel quando foi questionado pela irmã sobre o barulho do tiro. Após a pergunta, ele atirou no rosto da jovem, diz o boletim de ocorrência.

Ele passou o fim de semana em casa com os corpos. Ainda de acordo com o depoimento do adolescente à polícia, ele manteve atividades rotineiras, como ir para a academia e à padaria. Apenas no domingo (19) à noite ele ligou para a polícia e confessou os crimes. Vizinhos contaram à TV Globo que não ouviram nenhum barulho no dia do crime, mas que a família brigava constantemente.

Câmeras de segurança da casa devem ajudar o trabalho da polícia. O adolescente foi conduzido à Fundação Casa e o caso foi registrado como homicídio, feminicídio, posse ou porte ilegal de arma e vilipêndio a cadáver no 33º DP (Pirituba).

Guarda Civil Municipal de Jundiaí e Unidade de Gestão de Segurança dizem que prestarão o suporte necessário à família do GCM: "Ele estava lotado no destacamento Florestal. Prestativo e dedicado, estava na GMJ desde 2012".

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