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Novos ataques violam trégua em Aleppo

Sírios deixam área dominada por rebeldes em Aleppo durante avanço das forças do governo sírio - Karam Al-Masri/ AFP
Sírios deixam área dominada por rebeldes em Aleppo durante avanço das forças do governo sírio Imagem: Karam Al-Masri/ AFP

Do UOL, em São Paulo

14/12/2016 08h20Atualizada em 14/12/2016 11h46

O exército sírio retomou nesta quarta-feira (14) os bombardeios contra o último setor sob controle rebelde no leste de Aleppo, após uma pausa para permitir a evacuação de civis e combatentes, afirmou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). A Rússia diz que bombardeio foi uma resposta aos ataques rebeldes. A Turquia, que apoia a oposição, por sua vez, culpou as tropas do regime e seus aliados.

"Nesta manhã ocorreram 14 disparos de morteiros das tropas do regime contra o setor controlado pelos rebeldes, pela primeira vez desde a noite de terça-feira", disse Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.

Uma testemunha civil disse que o ataque durou cerca de meia hora e então parou. Ao menos sete civis morreram por disparos rebeldes contra dois bairros controlados pelo regime sírio em Aleppo.

14.dez.2016 - Mapa 615 x 300 do controle sobre a cidade de Aleppo em 14/12/2016 - Arte/UOL - Arte/UOL
Situação do controle da cidade de Aleppo em 14/12/16
Imagem: Arte/UOL

Segundo a OSDH, as autoridades da Síria estão atrasando a implementação do acordo para a saída dos rebeldes que ficam na cidade de Aleppo. A ONG, citando fontes na área sob o controle das tropas do governo na cidade, disse que com esta medida, as autoridades sírias e as milícias que as apoiam querem mandar uma mensagem para Rússia de rejeição sobre um acordo feito entre Moscou e Ancara, sem consultar a Síria.

A desocupação do leste de Aleppo que teria início no começo da manhã desta quarta-feira foi adiada, talvez até quinta-feira, e uma autoridade dos rebeldes que ocupam a região culparam o Irã e milícias xiitas aliadas ao presidente sírio, Bashar Al-Assad, pelo adiamento.

Um acordo de cessar-fogo mediado pela Rússia, aliado mais poderoso de Assad, e a Turquia terminou com anos de confrontos na cidade e deu ao líder sírio a maior vitória até o momento em mais de cinco anos de guerra.

A fonte acrescentou que os apoiadores do presidente sírio, Bashar al Assad, estão inclinados para uma solução militar sem permitir a saída dos insurgentes.

O Centro Russo para a Reconciliação (CRC) na Síria, por sua vez, diz que quase 6.000 civis foram evacuados nas últimas 24 horas das zonas controladas pelos rebeldes no leste de Aleppo.

Um porta-voz do CRC disse à agência "Interfax" que trata-se de 5.992 pessoas, das quais 2.210 são crianças. "Todas elas foram amparadas em centro humanitários, onde se lhes proporcionou comida quente e atendimento médico", acrescentou.

Além disso, no mesmo período um total de 366 guerrilheiros depuseram as armas e saíram para a parte ocidental de Aleppo.

ONU: 82 civis morreram em ataques do regime em Aleppo

AFP

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que a situação na parte oriental da cidade de Aleppo "se resolverá nos próximos dois ou três dias".

"Estou confiante de que a situação em Aleppo oriental será resolvida nos próximos dois ou três dias", disse o ministro russo em reunião com participantes da conferência científica anual "Diálogo para o bem do futuro".

Lavrov disse esperar que nesse período, os guerrilheiros localizados na parte oriental de Aleppo vão "cessar a resistência".

Imagens captadas por drone mostram a destruição em Aleppo

Reuters